Moraes frente a frente com Bolsonaro; entenda como será a audiência
Bolsonaro será ouvido pela primeira vez presencialmente pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.

O Supremo Tribunal Federal (STF) dá início, nesta segunda-feira (9), à fase de interrogatórios dos réus acusados de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado. No centro das atenções está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que será ouvido pela primeira vez presencialmente pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
As audiências envolvem nomes considerados integrantes do chamado “núcleo central” da suposta articulação e devem se estender até sexta-feira (13). Os depoimentos ocorrem em um momento politicamente sensível, marcado por críticas ao ativismo judicial e à condução das investigações por parte do Supremo.
Moraes comanda os interrogatórios
O ministro Alexandre de Moraes, que tem protagonizado investigações contra lideranças conservadoras desde 2022, presidirá as audiências, acompanhado do procurador-geral da República, Paulo Gonet, autor da denúncia. A estrutura do STF foi adaptada especialmente para o evento, com reforço na segurança e mudanças no espaço físico da Primeira Turma.
Segundo fontes do Supremo, o ambiente foi configurado para lembrar um tribunal do júri, embora os crimes julgados não sejam contra a vida. A medida foi vista por aliados do ex-presidente como mais um gesto simbólico de força por parte da Corte.
“É um julgamento político disfarçado de processo penal”, afirma um deputado da base conservadora, sob condição de anonimato. “Não há imparcialidade quando o juiz atua como investigador, acusador e julgador.”
Risco à separação de poderes
A crescente judicialização da política tem levantado preocupações entre juristas e especialistas em direito constitucional. O Supremo, que deveria ser um guardião da Carta Magna, vem sendo acusado por setores da sociedade de agir como um poder acima dos demais.
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