Carla Zambelli diz que se apresentará à Justiça italiana: ‘fui condenada sem provas’
Apesar de ter declarado nesta semana que estaria “intocável” na Itália, Carla Zambelli agora disse ter medo de ser extraditada. “Temo, porque respeito a justiça italiana. Mas creio em Deus que não deixará isso acontecer”, completou.

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que saiu do Brasil na semana passada após ter sido condenada por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou, em entrevista à CNN, que pretende se antecipar e se apresentar voluntariamente às autoridades da Itália.
“Vou declarar os meus dados para pegar os documentos. Estou aqui de boa-fé. Estou aqui por conta de uma perseguição política. Vou provar isso. Fui condenada sem provas. Na outra condenação, de cinco anos, foi ridícula, porque eu tinha porte legal. Eles me condenaram por porte ilegal. Eu quero provar isso aqui e buscar refúgio na Itália”, declarou.
Zambelli também afirmou respeitar a Justiça italiana, mas afirmou que não reconhece legitimidade nas decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Quero demonstrar boa-fé para com a Justiça e o governo italiano. Fazer tudo certo. Respeito as leis brasileiras, mas não respeitarei mais a injustiça do Moraes”, destacou a parlamentar.
Apesar de ter declarado nesta semana que estaria “intocável” na Itália, Carla Zambelli agora disse ter medo de ser extraditada. “Temo, porque respeito a justiça italiana. Mas creio em Deus que não deixará isso acontecer”, completou.
Há expectativa de que, na próxima segunda-feira (9), Moraes deve expedir o mandado de prisão definitiva de Zambelli. Ela já tem um mandado de prisão preventiva em aberto e foi incluída na lista vermelha da Interpol. A deputada licenciada é considerada foragida internacional.
Câmara autoriza licença de 127 dias para deputada Carla Zambelli
A Câmara dos Deputados autorizou na noite de quinta-feira (5) a licença de 127 dias do mandato solicitada pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), que está foragida do país. A vaga da deputada será ocupada por Coronel Tadeu, do mesmo partido.
A autorização ocorre após ter deixado o Brasil por terra, rumo à Argentina, e de lá embarcado para os Estados Unidos e, por fim, à Itália. Zambelli foi incluída na lista de procurados da Interpol, após ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
De acordo com a Câmara, o prazo da licença concedida contempla sete dias para tratamento de saúde e outros 120 dias para “interesse particular”. A decisão foi publicada em edição extra no Diário da Câmara.
A deputada havia feito a solicitação na quinta-feira (29), antes da decisão de Moraes pela prisão preventiva de Zambelli. Portanto, conforme a Casa, o prazo começou a contar naquela data e vai até 2 de outubro deste ano.
Pedido de prisão e nova investigação
Após a saída do país, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF a prisão preventiva de Zambelli e a inclusão do nome dela na lista de foragidos da Interpol. Também foi aberto um novo inquérito para apurar se a deputada tentou obstruir a investigação penal do caso do CNJ.
Entre as medidas determinadas por Moraes está a quebra do sigilo bancário para apurar se Zambelli recebeu apoio financeiro para a fuga, além do monitoramento de redes sociais ligadas à deputada.
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