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Governo brasileiro aguarda resposta, mas Itália pode barrar extradição de Zambelli mesmo com alerta da Interpol

Zambelli, que possui dupla nacionalidade ítalo-brasileira, está na lista vermelha da Interpol a pedido do ministro Alexandre de Moraes. Apesar disso, aliados próximos acreditam que ela poderá permanecer em solo europeu graças à cidadania italiana.

Governo brasileiro aguarda resposta, mas Itália pode barrar extradição de Zambelli mesmo com alerta da Interpol
Governo brasileiro aguarda resposta, mas Itália pode barrar extradição de Zambelli mesmo com alerta da Interpol (Foto: Reprodução)

Itamaraty aguarda posicionamento oficial da Itália sobre o pedido de extradição de Carla Zambelli, protocolado por vias diplomáticas na última semana. A deputada licenciada do PL-SP, aliada de Jair Bolsonaro, deixou o Brasil em 3 de junho, um dia após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


Zambelli, que possui dupla nacionalidade ítalo-brasileira, está na lista vermelha da Interpol a pedido do ministro Alexandre de Moraes. Apesar disso, aliados próximos acreditam que ela poderá permanecer em solo europeu graças à cidadania italiana.

Na sexta-feira (13), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou esperar que o governo da Itália “atue com brevidade” e citou que há “precedentes fortes de cooperação” entre os dois países. Segundo ele, ao contrário do que ocorre no Brasil, "a Constituição italiana permite a extradição de cidadãos nacionais."

No entanto, especialistas em direito internacional apontam que a extradição está longe de ser garantida. A professora Priscilla Caneparo explica que o processo depende de vários critérios jurídicos e políticos. “Os elementos constitutivos para a extradição ou para a concessão de asilo político independem se há processo correndo ou pena transitada em julgado. Se o governo italiano entender que ela é uma perseguida política, pode conceder asilo e mantê-la no país. Existem requisitos legais para a concessão ou não da extradição”, afirmou.

Zambelli foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF no dia 15 de maio e perdeu seu mandato parlamentar. No dia 4 de junho, Moraes decretou sua prisão preventiva. Já no dia 7, após a decisão definitiva da Turma, ele determinou a prisão definitiva da ex-parlamentar e comunicou oficialmente a cassação de seu mandato.

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