PF tenta intimar Malafaia em ação que mira Bolsonaro
O depoimento do religioso deveria ter ocorrido em 11 de março deste ano, mas a escrivã da PF responsável por ouvi-lo informou que não conseguiu contato

A Polícia Federal (PF) tentou intimar o pastor Silas Malafaia para prestar depoimento em uma investigação que tem como alvos Jair Bolsonaro e o general Braga Netto, que concorreu como vice na chapa do então presidente na última eleição.
A PF procurou interrogar Malafaia para apurar se Bolsonaro cometeu crime de peculato por suposto desvio de recursos públicos no ato que celebrou o bicentenário da Independência, em 2022. Ao solicitar a oitiva de Malafaia, o Ministério Público Federal sustentou que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, houve viés eleitoral e “desvio de recursos, bens e serviços públicos” em favor da campanha de Bolsonaro.
“Em cumprimento à determinação de Manoel Vieira da Paz Filho, Delegado de Polícia Federal, no uso da atribuição que lhe é conferida pelo art. 6º do Código de Processo Penal, determina ao Policial Federal a quem este couber, que intime Silas Lima Malafaia”, registra documento interno da Polícia Federal obtido pela coluna do Metrópoles.
O depoimento do religioso deveria ter ocorrido em 11 de março deste ano, mas a escrivã da PF responsável por ouvi-lo informou que não conseguiu contato:
“Certifico que tentei entrar em contato com Silas Lima Malafaia por todos os canais telefônicos registrados na base de dados porém não obtive êxito, sendo que nenhum dos números cadastrados foi atendido e não possuem WhatsApp”.
“Com relação a trio elétrico utilizado no evento do Rio de Janeiro, não foi possível determinar a propriedade e nem a forma que foi contratado”, anotou a Polícia Federal na investigação.
Procurado pela coluna, Silas Malafaia afirmou que não chegou a ser contactado pela PF e deu detalhes sobre o que os investigadores querem saber: “O trio elétrico no Rio de Janeiro, quem pagou fui eu. Eu tenho a nota fiscal. Tem um movimento, que não tem nada a ver comigo, que pagou o trio usado em Brasília. O do Rio de Janeiro, fui eu que paguei. É isso o que posso informar. Tá aí a nota fiscal emitida em 5 de setembro de 2022, para a manifestação no Rio”, disse Malafaia, apresentando um documento no valor de R$ 34,7 mil.
O entendimento do TSE sobre Bolsonaro
O Tribunal Superior Eleitoral entendeu que a manifestação do 7 de Setembro de 2022 teve viés eleitoral, com “apropriação de bens simbólicos” e “vultosos recursos”, no montante de R$ 12 milhões, para custear o desfile cívico-militar em Brasília.
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