Testemunha promete revelar fraude em sistema dos EUA que levou à prisão de Filipe Martins
A fonte tem acesso técnico ao sistema da agência Customs and Border Protection (CBP), responsável pelo controle migratório dos EUA, e afirma ter conhecimento direto sobre as alterações que incluíram o nome de Martins como se tivesse desembarcado na Flórida.

O imbróglio envolvendo Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro, pode ultrapassar fronteiras e chegar ao Congresso dos Estados Unidos. Martins ficou preso por seis meses, acusado de ter viajado aos EUA em 30 de dezembro de 2022, como parte da comitiva do ex-presidente. Mas documentos contradizem essa versão.
Bilhetes de passagem e comprovantes de corrida de Uber mostram que ele estava no Brasil na data alegada. Agora, uma testemunha-chave ligada ao sistema migratório norte-americano está disposta a contar tudo — e seu depoimento está marcado para julho. Segundo apurou a Revista Oeste, ela pode lançar luz sobre como o nome de Martins foi inserido nos registros de entrada nos EUA, inclusive com a grafia alterada para “Felipe”.
A fonte tem acesso técnico ao sistema da agência Customs and Border Protection (CBP), responsável pelo controle migratório dos EUA, e afirma ter conhecimento direto sobre as alterações que incluíram o nome de Martins como se tivesse desembarcado na Flórida. E mais: essas mudanças teriam ocorrido enquanto agentes da Polícia Federal brasileira estavam em solo americano, cumprindo ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Enquanto isso, Martins também é alvo da acusação de participar de uma reunião para discutir um suposto golpe de Estado. Mas essa versão foi enfraquecida por uma fala do general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, durante depoimento ao STF em 19 de maio.
“Houve um assessor que eu não conhecia”, disse o militar. “Foi apresentado um memorando, um documento, foram lidos uns considerados e havia aspectos que consideravam uma Garantia da Lei e da Ordem, um Estado de Defesa, um Estado de Sítio. Nesse dia, o presidente apresentou apenas como informação. O brigadeiro Baptista Junior não estava naquele dia”.
Ainda assim, a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Martins estava presente no Palácio da Alvorada e teria ajudado o então presidente Jair Bolsonaro a apresentar a chamada “minuta do golpe” aos chefes das Forças Armadas. A acusação baseia-se na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid e em investigações conduzidas pela Polícia Federal.
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