Bolsonaro não foi indiciado em inquérito sobre “Abin paralela”

Nas redes sociais, Carlos Bolsonaro reagiu ao indiciamento com indignação e insinuou motivação política por trás da ação da PF

A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre o escândalo da chamada “Abin paralela”, um suposto esquema de espionagem ilegal operado dentro da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro, e identificou possíveis indícios de crime praticado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, decidiu não indiciá-lo formalmente neste caso.

De acordo com a PF, a decisão de não incluir Bolsonaro entre os indiciados ocorreu porque ele já responde em outro inquérito por organização criminosa — o mesmo crime que lhe poderia ser atribuído nesta investigação. A lista de indiciados, mantida sob sigilo, inclui o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o ex-diretor da Abin e hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), além de outras autoridades e servidores públicos.

Agora, a bola está com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se denuncia os investigados — mesmo os que não foram formalmente indiciados. A investigação também respingou na atual administração da Abin: o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa, indicado por Lula, e o ex-número dois da agência, Alessandro Moretti, foram formalmente indiciados.

O inquérito revela que a Abin teria sido utilizada para vigiar opositores e atender a interesses pessoais por meio do uso do software espião FirstMile, especialmente durante o ano de 2020.

Nas redes sociais, Carlos Bolsonaro reagiu ao indiciamento com indignação e insinuou motivação política por trás da ação da PF:

“Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo? Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência” – escreveu.

Correção: Inicialmente, foi divulgado que Jair Bolsonaro havia sido indiciado no inquérito da “Abin paralela”. A informação foi corrigida: a PF apontou indícios de prática criminosa, mas não o indiciou formalmente porque ele já responde por crime semelhante em outro processo.