Grupo de juristas tenta calar Damares após denúncias de abusos no Marajó, senadora reage
“Todas as vezes que combato a pedofilia, eles me atacam”

Durante pronunciamento contundente no Senado nesta quarta-feira (18), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) repudiou a denúncia apresentada pelo grupo de juristas de esquerda Prerrogativas à Procuradoria-Geral da República (PGR). A ação teria como base uma matéria do portal UOL, que acusa a ex-ministra de favorecer instituições religiosas quando liderava o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) por meio do programa Abrace o Marajó, no arquipélago paraense.
– “Vocês não são o quarto poder”, disparou Damares, rebatendo o conteúdo da reportagem, que, segundo ela, é carente de provas documentais ou testemunhais isentas.
A senadora classificou as acusações como “absurdas e caluniosas”, e sugeriu que o verdadeiro objetivo da denúncia seria enfraquecer o combate aos abusos contra crianças, adolescentes e mulheres em uma das regiões mais vulneráveis do país.
– “Todas as vezes que eu levanto a pauta do combate à pedofilia, lá vem o Prerrô com uma ação contra mim. Estranha coincidência, Prerrô”, afirmou em tom crítico.
Ela também lembrou que não foi a primeira a denunciar os abusos sexuais na região:
– “Quatro CPIs, no Congresso e na Assembleia do Pará, já confirmaram a existência de uma rede criminosa no Marajó. Eu só tive coragem de reagir quando me tornei ministra”, explicou.
O senador Márcio Bittar (União Brasil-AC) saiu em defesa de Damares e criticou a atuação do grupo jurídico:
– “A senadora Damares é denunciada porque defende essa causa [combate a pedófilos e estupradores]. Este grupo deveria era estar ao seu lado”, protestou.
Regularização fundiária: verdade omitida?
Em resposta à acusação de que teria beneficiado grileiros, Damares esclareceu que não tinha controle sobre a escolha dos beneficiados, já que o programa Abrace o Marajó era composto por 16 ministérios com ações descentralizadas. Ela ainda afirmou que o grupo Prerrogativas reage por interesses ideológicos, já que o MST não foi incluído nas ações fundiárias.
– “Fomos ao Marajó com propostas concretas em educação, saúde e infraestrutura. Sim, demos títulos de terra. Pessoas ali vivem em ruas sem nome, casas sem CEP”, disse, e elogiou a ex-ministra Tereza Cristina (PP-MT), que liderou as ações fundiárias à época.
Damares também rebateu a acusação de favorecer apenas instituições evangélicas, afirmando que a regularização incluiu templos católicos, espíritas e de religiões de matriz africana.
Medidas legais contra o Prerrogativas
Por fim, a senadora anunciou que vai interpelar judicial e administrativamente o grupo Prerrogativas por denunciação caluniosa, responsabilizando-os pelas acusações sem fundamento.
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