Irã completa 24 horas de bloqueio quase total de internet
A denúncia é da NetBlocks, entidade que monitora a conectividade global, e classifica a situação como o maior apagão digital no país desde os protestos massivos de 2019.

Em plena escalada de tensões com Israel, o Irã amanheceu nesta quinta-feira (19/6) completando 24 horas sob um severo bloqueio de internet, mergulhando grande parte de sua população em um estado de isolamento quase total. A denúncia é da NetBlocks, entidade que monitora a conectividade global, e classifica a situação como o maior apagão digital no país desde os protestos massivos de 2019.
A justificativa oficial veio do Ministério da Informação e Tecnologia da Comunicação do Irã, que declarou que a medida foi necessária por “razões de segurança”, apontando o suposto uso da rede por inimigos estrangeiros para fins militares.
“Devido ao uso indevido da rede nacional de comunicação pelo inimigo agressor para fins militares e para colocar em risco a vida e a propriedade de pessoas inocentes, restrições ao acesso à internet foram impostas temporariamente por decisão das autoridades competentes”, informou a pasta.
A ofensiva entre os dois países começou na madrugada de sexta-feira (13), quando Israel atacou alvos estratégicos ligados ao programa nuclear iraniano e à cúpula militar de Teerã. Horas depois, veio a resposta iraniana, numa série de ataques de retaliação que agravaram o risco de uma guerra mais ampla no Oriente Médio. Até o momento, mais de 240 pessoas morreram em ambos os lados.
Israel justifica os bombardeios como parte de uma tentativa de impedir o avanço do programa nuclear do Irã, que considera uma ameaça direta à sua segurança nacional. A intensidade e rapidez com que o conflito se intensificou reacendeu o temor de um confronto de grandes proporções, com possibilidade de envolvimento direto dos Estados Unidos.
Apesar do apagão, o governo iraniano afirma que os serviços de comunicação pública e plataformas digitais nacionais seguem funcionando. Autoridades também disseram estar empenhadas em manter a qualidade desses serviços para a população.
A NetBlocks, que monitora em tempo real a conectividade global, classificou o bloqueio atual como um “apagão nacional quase total”, reforçando o histórico do Irã de censura e restrições à internet durante períodos de crise — prática já adotada em momentos como os protestos de 2022, quando a repressão incluiu cortes no acesso digital para conter manifestações.
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