R$ 2 bilhões em 48 horas : Sob pressão do IOF Lula destrava verba bilionária
De acordo com levantamento feito pelo veículo, a liberação de emendas — recursos solicitados por deputados e senadores para financiar projetos em suas bases eleitorais — vinha em seu nível mais baixo desde a pandemia.

Nos bastidores de Brasília, o governo Lula abriu os cofres e liberou, em apenas dois dias, quase R$ 2 bilhões em emendas parlamentares e verbas extras — um movimento que reacende críticas sobre o uso político do dinheiro público. Segundo o portal UOL, foram exatos R$ 517 milhões em emendas e outros R$ 1,1 bilhão repassados pelo Ministério da Saúde.
De acordo com levantamento feito pelo veículo, a liberação de emendas — recursos solicitados por deputados e senadores para financiar projetos em suas bases eleitorais — vinha em seu nível mais baixo desde a pandemia. Mas tudo mudou subitamente nos dias 16 e 17 de junho, quando o governo federal decidiu distribuir os bilhões. A medida teria como principal objetivo atender a aliados políticos e, segundo a reportagem, “facilitar negociações políticas”.
O caso ganhou contornos ainda mais controversos após o Ministério da Saúde, em maio, publicar 27 portarias direcionadas a municípios ligados a parlamentares governistas. O modelo foi apelidado de “novo orçamento secreto”, já que não permite identificar com clareza qual parlamentar foi responsável por cada indicação de verba.
Alagoas e São Paulo lideraram o ranking de estados mais beneficiados. Para o estado nordestino, terra natal de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, foram destinados R$ 129 milhões. Já São Paulo recebeu R$ 85 milhões. O destaque vai para Maceió, base de Lira, que despontou como a capital que mais recebeu dinheiro público no país.
A liberação milionária teria sido destravada após uma reunião realizada no último sábado (14), envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e o próprio Lira. Segundo a apuração do UOL, Motta demonstrou insatisfação com a demora na liberação dos recursos durante o encontro. A movimentação seria uma tentativa do governo petista de evitar desgastes com sua base em meio à discussão sobre mudanças no IOF, propostas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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