Governo pega rasteira: Lira teria agido para enterrar decreto do IOF de Lula
De acordo com parlamentares governistas, Lira ficou “incomodado” com a medida provisória (MP) enviada pelo Planalto como alternativa ao decreto derrubado.

Lideranças do PT acusam o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de ter atuado nos bastidores para minar uma das principais medidas econômicas do governo Lula. Segundo fontes petistas, Lira teria influenciado diretamente o atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar a votação que culminou na derrubada do decreto presidencial que alterava as alíquotas do IOF.
De acordo com parlamentares governistas, Lira ficou “incomodado” com a medida provisória (MP) enviada pelo Planalto como alternativa ao decreto derrubado. O motivo: o texto do governo teria “se apropriado” de propostas de compensações fiscais que o próprio Lira pretendia usar em seu relatório sobre o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.
“Sem essas compensações, o relatório perde força”, avaliam aliados do presidente da Câmara. A preocupação, dizem eles, é que sem fontes de compensação definidas, os municípios — que recebem parte do IR — possam ser os maiores prejudicados, sofrendo perdas de receita.
Com a insatisfação em alta, Lira teria “incentivado” Motta a pautar o decreto que reverteria todas as mudanças do IOF promovidas por Lula. O plano: derrubar o decreto, “enterrar” a MP e liberar as compensações para serem reaproveitadas no projeto do IR.
A coluna procurou a assessoria de Lira para saber se o deputado gostaria de comentar o assunto, mas não obteve resposta. O espaço continua aberto para qualquer manifestação.
O movimento político ganhou forma na noite da última terça-feira (24/6), quando Motta surpreendeu até mesmo a oposição ao anunciar, em suas redes sociais, que colocaria o decreto em votação já na quarta (25/6), em uma sessão semipresencial. O governo foi pego de surpresa. Resultado: o decreto foi derrubado por 383 votos a 98 — uma derrota expressiva para o Palácio do Planalto.
*Com informações do portal Metropoles.
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