Prefeito de Palmas é preso pela PF acusado de envolvimento em vazamento de informações sigilosas do STJ

A prisão faz parte de uma nova etapa da Operação Sisamnes, que investiga a venda de sentenças judiciais dentro do tribunal.

O prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi preso nesta sexta-feira (27) pela Polícia Federal sob a suspeita de integrar um esquema de vazamento de informações sigilosas de inquéritos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A prisão faz parte de uma nova etapa da Operação Sisamnes, que investiga a venda de sentenças judiciais dentro do tribunal.

Com um longo histórico político — ex-senador, ex-deputado federal e estadual —, Siqueira Campos é apontado como parte de um grupo que recebia e repassava informações reservadas de investigações da PF. O nome do prefeito surgiu em interceptações feitas pela Polícia Federal, nas quais ele relata ter recebido dados sigilosos diretamente de um ministro do STJ.

De acordo com informações do portal Metrópoles, em conversa com o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho — sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos) —, Siqueira Campos menciona o ministro João Otávio de Noronha como a fonte do alerta sobre uma operação da PF em 2010.

“Esse Noronha, há 15 ou 18 anos, ele me chamou em Brasília e falou para mim: ‘Siqueira, só para avisar ao teu pai que vão ser afastados quatro desembargadores’”, revela o prefeito no diálogo.

A operação mencionada é a Maet, deflagrada em dezembro de 2010, e cujo relator realmente foi o ministro João Otávio de Noronha. Após a repercussão, Noronha negou qualquer participação em eventuais vazamentos.

A Polícia Federal ainda investiga a profundidade do envolvimento do prefeito no esquema. Até o momento, a defesa de Siqueira Campos não se pronunciou oficialmente.