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Produtores do RS enfrentam perdas com novas cheias e temem desabastecimento

A perda de pastagens também prejudica a pecuária e pode elevar o preço de produtos como leite e carne.

Produtores do RS enfrentam perdas com novas cheias e temem desabastecimento
Produtores do RS enfrentam perdas com novas cheias e temem desabastecimento (Foto: Reprodução)

Produtores gaúchos estão enfrentando dificuldades por conta das cheias que acometeram algumas cidades no interior do Rio Grande do Sul, causando prejuízos significativos à agricultura local. A Aprosoja-RS, associação que representa produtores de soja e milho no estado, alerta que os impactos não se limitam ao plantio. A perda de pastagens também prejudica a pecuária e pode elevar o preço de produtos como leite e carne.

“O desabastecimento vai impactar o próprio leite e a carne bovina. Vai demorar a recuperar as pastagens. Os preços devem subir porque, quando não há alimento para os animais, eles não produzem leite. Aí é necessário investir em ração, que encarece e aumenta o custo de produção”, destacou Alexandre Forster, da Aprosoja-RS.

Em Santiago, o produtor Deison Buzetto plantou 150 hectares de trigo para a safra de inverno, mas já estima uma perda de pelo menos 40% da produção. As sementes foram levadas pela água. “Nós tivemos um impacto aqui muito grande, com erosões, muitas sementes que foram embora com a chuva, muita valeta, perda de matéria orgânica, adubação. Um impacto assim bem significativo”, explicou Deison.

Segundo o agrônomo da Emater-RS, Marcelo Steiner, os prejuízos são expressivos. “Perdas muito severas em alguns pontos, mas em uma média geral, nos levantamentos preliminares, uma perda de 20% nas lavouras de trigo e canola. Mas são levantamentos que ainda estão sendo realizados.”

Com o plantio do trigo atrasado, os agricultores aguardam apoio do governo para evitar desabastecimento e retomar a produção.

“De imediato a gente precisa prorrogar esse passivo a um juro condizente pra poder abrir linha de crédito nova. Nosso prazo é curto: em 90 dias, estaremos começando a próxima safra”, ressaltou Alexandre Forster, da Aprosoja-RS.

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