Bolsonaro denuncia armação da esquerda em discurso histórico na Paulista

O ato, que trouxe o lema “Justiça Já”, marcou a sexta mobilização popular liderada por Bolsonaro desde o encerramento do seu mandato em 2022.

Durante uma manifestação realizada neste domingo (29/6), na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que os eventos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, foram parte de uma armação da própria esquerda. Ele classificou o processo movido contra ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como uma “fumaça de golpe”, ressaltando que não houve nenhuma tentativa real de ruptura institucional.

O ato, que trouxe o lema “Justiça Já”, marcou a sexta mobilização popular liderada por Bolsonaro desde o encerramento do seu mandato em 2022. O protesto teve como foco denunciar os julgamentos arbitrários contra cidadãos que se manifestaram contra o governo Lula, muitos deles ainda presos, sem provas concretas.

No alto do trio elétrico, acompanhado de aliados como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Bolsonaro expôs diversos fatos que, segundo ele, desmontam a narrativa de que teria articulado qualquer tentativa de golpe após sua derrota para Lula em 2022. “Fiz uma transição pacífica, elogiada até por Geraldo Alckmin”, lembrou. “Nomeamos dois comandantes das Forças Armadas a pedido desse cara que está no governo agora. Quem quer dar golpe nomeia comandantes a pedido do opositor?”, questionou. “No dia 30, algo me fez sair do Brasil. Não era apenas para não passar a faixa? Jamais eu passaria a faixa para um ladrão. Jamais eu passaria a faixa para um ladrão”, declarou.

Ao comentar os eventos do 8 de janeiro, Bolsonaro foi categórico: “Um movimento mais do que claro orquestrado pela esquerda. Lula não estava em Brasília. No dia anterior, foi para Araraquara, porque sabia o que iria acontecer. Tanto que as imagens de quase 200 câmeras sumiram. Tudo foi quebrado antes daquelas pessoas que parte estavam no acampamento chegaram”.

Ele também criticou duramente o STF e o TSE, sem citar nomes, por usarem o peso da lei para punir de forma generalizada e sem critérios os manifestantes. “Me processam por uma fumaça de golpe”, afirmou. E reforçou: “Se alguém quebrou alguma coisa, que pague. Agora, julgar e prender por baciada, isso não existe no nosso ordenamento jurídico”.

Bolsonaro ainda contestou a versão de que houve tentativa de golpe armada. “Que arma foi apreendida? Busquem as polícias legislativas da Câmara e do Senado. Nenhuma arma foi apreendida além de um estilingue e umas bolinhas de gude. Que tentativa armada é essa? Golpe se dá com forças armadas, com armamento, com o núcleo financeiro, com núcleo político, com apoio de instituições inclusive fora do Brasil. Que golpe é esse, meu Deus do céu?”