Lula é alvo de novas críticas da The Economist por política externa "incoerente" e distante do Ocidente
Segundo a publicação, Lula busca assumir um papel de liderança global em temas como paz, multilateralismo e defesa do meio ambiente, mas sem apresentar resultados concretos.

A respeitada revista britânica The Economist publicou uma análise contundente sobre a política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, classificando-a como "cada vez mais incoerente". Em postagem divulgada nas redes sociais, a revista acusa o líder brasileiro de adotar posturas ambíguas no cenário internacional, que contrastam com o real peso geopolítico do Brasil.
Segundo a publicação, Lula busca assumir um papel de liderança global em temas como paz, multilateralismo e defesa do meio ambiente, mas sem apresentar resultados concretos. “O líder brasileiro tem liderado iniciativas grandiosas que ultrapassam em muito o peso de seu país no cenário mundial”, escreveu a revista. A crítica se refere, entre outras ações, às tentativas do presidente de mediar conflitos como a guerra na Ucrânia e as tensões no Oriente Médio, além de sua atuação nas cúpulas do BRICS e do G20.
Um dos principais pontos levantados pela The Economist é o distanciamento de Lula em relação aos Estados Unidos, especialmente após a posse de Donald Trump. O presidente brasileiro é hoje o único líder do G20 que ainda não se encontrou com o chefe da Casa Branca, o que, na avaliação da revista, representa um obstáculo diplomático significativo. Por outro lado, Lula manteve encontros com líderes de regimes autoritários como Xi Jinping, da China, e Vladimir Putin, da Rússia, e condenou abertamente ações militares dos EUA e de Israel no Oriente Médio, ao lado do Irã.
A publicação ainda critica a aproximação do governo brasileiro com países como Venezuela e Irã, e o enfraquecimento das relações com nações democráticas da América do Sul, como a Argentina de Javier Milei. Para a revista, o Brasil “parece cada vez mais hostil ao Ocidente” e adota um posicionamento ideológico que enfraquece sua credibilidade internacional.
Além das críticas externas, a The Economist também destacou a perda de capital político de Lula no cenário doméstico, mencionando a queda em sua popularidade e a derrota recente no Congresso com a derrubada do decreto do IOF.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma carta oficial afirmando que o Brasil atua com base no multilateralismo e no respeito ao direito internacional. O chanceler Mauro Vieira defendeu que Lula possui "autoridade moral indiscutível" para tratar de temas globais e que o país busca um sistema internacional mais equilibrado e pacífico.
A polêmica gerou forte repercussão no Brasil e no exterior, reacendendo o debate sobre os rumos da diplomacia brasileira sob a liderança de Lula, num momento em que o mundo atravessa profundas transformações políticas e geoestratégicas. A revista britânica “The Economist” observou nesta quinta-feira (03) que Lula evitou qualquer encontro com Donald Trump, mesmo após a posse de Trump como presidente dos EUA, tornando o Brasil “a maior economia cujo líder não apertou a mão do presidente norte-americano”.
Em contraste, Lula teve dois encontros com o presidente chinês Xi Jinping no ano passado e participou de celebrações em Moscou em maio para o 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, onde tentou, sem sucesso, apresentar o Brasil como mediador na guerra da Ucrânia.
A revista aponta que o Brasil, sob Lula, está buscando protagonismo em temas globais – paz na Ucrânia, tensões no Oriente Médio – sem ter "o peso" geopolítico necessário.
"A política externa de Luiz Inácio Lula da Silva é cada vez mais incoerente. Além de não fazer nenhum esforço para estreitar laços com Donald Trump, o líder brasileiro tem liderado iniciativas grandiosas que ultrapassam em muito o peso de seu país no cenário mundial". Disse o jornal em postagem no X.
Comentários (0)