cover
Tocando Agora:

Motta prepara mais uma surpresa para Lula: "Presos do 8 de janeiro podem ser libertos"

A articulação ocorre pouco depois da derrota imposta ao governo Lula com a derrubada dos decretos que aumentavam o IOF, no último dia 25 de junho, marcando um novo capítulo na crise entre Executivo e Legislativo.

Motta prepara mais uma surpresa para Lula: "Presos do 8 de janeiro podem ser libertos"
Motta prepara mais uma surpresa para Lula: "Presos do 8 de janeiro podem ser libertos" (Foto: Reprodução)

Em meio ao desgaste crescente do governo Lula com o Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), articula discretamente um projeto de anistia para os patriotas detidos após os protestos de 8 de janeiro de 2023. A informação foi confirmada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, no dia 30 de junho, conforme noticiado pelo Agora Notícias Brasil.

Segundo Cavalcante, o texto está sendo construído com o respaldo do ex-presidente Jair Bolsonaro — que, apesar de acompanhar de perto, não será beneficiado pela proposta. O objetivo é dar resposta às milhares de famílias injustiçadas e aos cidadãos que, mesmo com penas severas e muitas vezes desproporcionais, continuam sendo tratados como inimigos políticos por um sistema que se recusa a reconhecer excessos.

“Esse projeto precisa ir a voto nas próximas semanas”, afirmou Cavalcante, destacando que a promessa foi feita por Motta em meio ao crescente clima de insatisfação dentro do Congresso. A articulação ocorre pouco depois da derrota imposta ao governo Lula com a derrubada dos decretos que aumentavam o IOF, no último dia 25 de junho, marcando um novo capítulo na crise entre Executivo e Legislativo.


Governo Lula em alerta com o avanço da anistia

Dentro do Planalto, aliados de Lula enxergam a movimentação como uma "declaração de guerra", principalmente por vir logo após o revés bilionário do IOF. A tentativa de avançar com a anistia é vista como uma estratégia para reforçar a oposição e recuperar o equilíbrio de forças no Congresso, desgastado pelas tentativas de controle e judicialização por parte do governo petista.

O projeto tem também o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e atende a uma antiga demanda da base conservadora, que cobra justiça e liberdade para os que foram presos sob acusações frágeis ou decisões judiciais controversas. O sigilo nas negociações se deve à tensão em torno do tema, já que o STF permanece vigilante e disposto a intervir em qualquer tentativa de reverter suas decisões.

Uma resposta política e moral ao autoritarismo

A proposta ganha força num momento em que o governo demonstra incapacidade de dialogar com o Congresso, preferindo recorrer à judicialização, como foi o caso da AGU acionando o STF após a derrota do IOF. Hugo Motta foi direto: “o governo abriu mão de governar com o Congresso”, evidenciando o isolamento de Lula diante de uma base parlamentar cada vez mais crítica.


Enquanto nas redes sociais muitos brasileiros se manifestam em apoio à anistia — como o usuário @antunes_edigar, que denuncia injustiças e prisões arbitrárias —, outros ainda demonstram preocupação com a estabilidade institucional, temendo que a proposta intensifique a polarização.

Apesar das pressões, o presidente da Câmara tem evitado precipitações, buscando apoio entre lideranças para garantir que a proposta seja votada com força. Mesmo em abril, quando houve receio de agravar a crise com o STF, Motta pediu calma aos líderes. Agora, no entanto, o PL, com 262 assinaturas, pressiona pela celeridade.


O futuro das instituições em xeque

Caso avance, o projeto de anistia pode se tornar um divisor de águas. Não apenas por oferecer justiça aos presos do 8 de janeiro, mas por testar os limites entre os poderes da República. O STF poderá ser provocado a se manifestar sobre a constitucionalidade da medida, reacendendo o debate sobre o ativismo judicial.

Enquanto isso, o Planalto busca desesperadamente reatar pontes. Gleisi Hoffmann chegou a mencionar a aprovação de medidas provisórias como tentativa de reconciliação, mas a confiança entre os Poderes parece abalada.


A sociedade observa com atenção os próximos passos. A capacidade de Hugo Motta de unir o Congresso contra o autoritarismo petista será determinante para o futuro da governabilidade. Já Lula, acuado e pressionado, tenta não perder o pouco controle que ainda tem sobre a agenda legislativa. O jogo político, agora, ganha contornos decisivos com impacto direto nas eleições de 2026.

Comentários (0)