Cúpula dos Brics esvaziada: aliados de Lula evitam o Brasil em momento delicado
O grande ausente será o presidente da China, Xi Jinping, que cancelou sua participação dias antes do encontro. Fontes nos bastidores indicam que o líder chinês ficou “incomodado” com movimentos políticos recentes do presidente Lula (PT), especialmente frente às tensões geopolíticas na Ásia.

Mesmo sem a presença dos principais líderes mundiais que compõem o bloco, o Brasil sediará, entre os dias 5 e 7 de julho, a cúpula dos Brics — grupo de países emergentes que vem tentando se consolidar como um contraponto à hegemonia ocidental, mas que enfrenta crescentes sinais de desunião. O evento acontecerá no Rio de Janeiro, cercado por um esquema rigoroso de segurança determinado pelo governo federal.
O grande ausente será o presidente da China, Xi Jinping, que cancelou sua participação dias antes do encontro. Fontes nos bastidores indicam que o líder chinês ficou “incomodado” com movimentos políticos recentes do presidente Lula (PT), especialmente frente às tensões geopolíticas na Ásia. No lugar de Xi, a China enviará o primeiro-ministro Li Qiang — um sinal claro de que a relação com o Brasil não está em seus melhores dias.
Também está fora do evento o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que não deixa seu país desde o início do conflito na Ucrânia, após ser alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional. Mesmo assim, há expectativa de que Putin faça uma participação virtual, o que mostraria que a Rússia ainda quer manter certo protagonismo no bloco.
Além deles, os presidentes do Irã e do Egito — dois países recém-integrados ao Brics — também não virão ao Brasil. Tanto o aiatolá Ali Khamenei quanto o presidente Abdel Fatah al-Sisi enviarão representantes de segundo escalão, como primeiros-ministros.
Sob a presidência rotativa do Brasil, o bloco pretende avançar em acordos comerciais e fortalecer laços econômicos entre os membros. Porém, diante do esvaziamento do evento, é pouco provável que temas sensíveis — como os conflitos no Oriente Médio ou a reforma da ONU — recebam a devida atenção. A presença do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, é aguardada, mas ainda sem confirmação oficial.
Outro ponto da pauta será o financiamento de projetos de desenvolvimento por meio do Banco dos Brics, hoje liderado por Dilma Rousseff. Os novos membros — como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia — têm grande interesse em obter crédito e influência dentro da estrutura do banco.
Para garantir a segurança das autoridades estrangeiras, o governo brasileiro decretou a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro, restringindo até mesmo o tráfego aéreo entre os dias 6 e 7. A cúpula será dividida entre encontros técnicos e reuniões de chefes de Estado.
Agenda da Cúpula dos Brics
Sábado – 5 de julho
📍 Hotel Fairmont Copacabana
Reunião dos Governadores do New Development Bank (NDB)
Encontro de conselheiros do Banco dos Brics sobre financiamento de projetos
📍 Pier Mauá
Brics Business Fórum: Evento empresarial para debater comércio, tecnologia, segurança alimentar e energia. Lula estará presente.
Domingo e Segunda – 6 e 7 de julho
📍 Museu de Arte Moderna (MAM)
Encontros entre chefes de Estado e rodada de negociações.
Discurso de encerramento previsto para segunda à tarde.
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