UE abaixa a cabeça diante de Trump e adia retaliação: "Vamos negociar"
O recuo europeu mostra que Bruxelas busca evitar um confronto direto com os EUA e tenta ganhar tempo enquanto corre atrás de novos parceiros comerciais.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu neste domingo (13) que a União Europeia vai adiar até o início de agosto a imposição de retaliações comerciais contra os Estados Unidos. A decisão ocorre após o presidente Donald Trump anunciar, no sábado (12), a aplicação de uma tarifa de 30% sobre produtos importados do bloco europeu.
“Sempre fomos muito claros ao dizer que preferimos uma solução negociada. Isso continua sendo verdade, e vamos usar o tempo que temos até 1º de agosto”, declarou von der Leyen. “E, no segundo caminho, desde o início, trabalhamos e agora estamos prontos para responder com medidas compensatórias. Nos preparamos para isso e podemos reagir, se necessário.”
O recuo europeu mostra que Bruxelas busca evitar um confronto direto com os EUA e tenta ganhar tempo enquanto corre atrás de novos parceiros comerciais. Neste domingo, a chefe da Comissão Europeia anunciou um acordo político com a Indonésia para firmar um tratado de livre comércio, sinalizando que o bloco quer se afastar da dependência de Washington.
“Os Estados Unidos nos enviaram uma carta com medidas que entrarão em vigor caso não haja uma solução negociada. Por isso, também vamos estender a suspensão das nossas medidas compensatórias até o início de agosto”, disse von der Leyen. “Mas, ao mesmo tempo, continuaremos preparando as medidas, para estarmos totalmente prontos”.
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No sábado, Trump anunciou uma nova rodada de tarifas sobre importações da União Europeia e do México, estipulando uma taxação de 30%, com validade a partir de 1º de agosto — mesma data em que entram em vigor os 50% sobre produtos brasileiros.
A justificativa, segundo o presidente, é clara: combater os “grandes e insustentáveis” déficits comerciais acumulados pelos Estados Unidos devido às políticas injustas desses países e blocos.
Em uma carta publicada na Truth Social e enviada a Ursula von der Leyen e à presidente do México, Claudia Sheinbaum, Trump explicou que os EUA não podem mais tolerar relações comerciais desequilibradas:
“Tivemos anos para discutir nossa relação comercial com a União Europeia e concluímos que precisamos nos afastar desses déficits comerciais de longo prazo, grandes e persistentes, gerados por suas políticas tarifárias, não tarifárias e barreiras comerciais. Nossa relação tem sido, infelizmente, longe de ser recíproca.”
No caso do México, o presidente também ligou a medida ao combate ao narcotráfico:
“Apesar do nosso forte relacionamento, vocês devem se lembrar que os EUA impuseram tarifas ao México para lidar com a crise de fentanil em nosso país — crise que é causada, em parte, pela falha do México em impedir que os cartéis despejem essas drogas em nosso território. O México tem me ajudado a proteger a fronteira, MAS o que o México fez não é suficiente”, enfatizou.
As medidas fazem parte de uma ampla ofensiva econômica de Trump. Somente nesta semana, foram anunciadas 20 novas tarifas, atingindo países como Brasil (50%), Sri Lanka, Líbia, Iraque, Argélia, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, África do Sul, entre outros.
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