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Barroso rebate Trump e tenta blindar STF após sanções dos EUA: “Não se persegue ninguém”

Segundo Barroso, “ao lado das outras instituições, como o Congresso Nacional e o Poder Executivo, o Supremo Tribunal Federal tem desempenhado com sucesso os três grandes papéis que lhe cabem: assegurar o governo da maioria, preservar o Estado democrático de direito e proteger os direitos fundamentais”.

Barroso rebate Trump e tenta blindar STF após sanções dos EUA: “Não se persegue ninguém”
Barroso rebate Trump e tenta blindar STF após sanções dos EUA: “Não se persegue ninguém” (Foto: Reprodução)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, publicou neste domingo (13) uma carta pública tentando defender a atuação do Judiciário e criticar as sanções anunciadas pelos Estados Unidos contra o Brasil — sanções essas que apontam, entre outras coisas, abusos da Suprema Corte contra opositores do atual governo. Segundo Barroso, as medidas americanas teriam sido baseadas em uma “compreensão imprecisa” do cenário político brasileiro.


“Em 9 de julho último, foram anunciadas sanções que seriam aplicadas ao Brasil, por um tradicional parceiro comercial, fundadas em compreensão imprecisa dos fatos ocorridos no país nos últimos anos”, escreveu Barroso, tentando deslegitimar os argumentos americanos.

Na carta, o ministro tentou se colocar como defensor da democracia, mas alfinetou as críticas recebidas, afirmando que visões diferentes “não dão direito a ninguém de torcer a verdade”.

“As diferentes visões de mundo nas sociedades abertas e democráticas fazem parte da vida e é bom que seja assim. Mas não dão a ninguém o direito de torcer a verdade ou negar fatos concretos que todos viram e viveram”, afirmou Barroso, numa resposta direta às acusações de perseguição política e censura.

Foi a primeira vez que o STF se manifestou diretamente após as duras críticas do ex-presidente Donald Trump, que denunciou a perseguição judicial contra Jair Bolsonaro e classificou os ministros da corte brasileira como verdadeiros algozes da liberdade.

Na tentativa de reforçar sua versão, Barroso resgatou eventos históricos e episódios recentes, como suspeitas de tentativas de explosões no STF e no aeroporto de Brasília, e também relembrou acusações de fraude eleitoral que, segundo ele, não se confirmaram — mesmo com relatórios contestados pelas próprias Forças Armadas.


Ele também citou, de maneira controversa, uma denúncia da Procuradoria-Geral da República que fala em plano de assassinato contra o presidente Lula, o vice Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes — narrativa que muitos consideram parte de uma estratégia para justificar uma repressão sem precedentes à oposição.


Segundo Barroso, “ao lado das outras instituições, como o Congresso Nacional e o Poder Executivo, o Supremo Tribunal Federal tem desempenhado com sucesso os três grandes papéis que lhe cabem: assegurar o governo da maioria, preservar o Estado democrático de direito e proteger os direitos fundamentais”.

Ainda sobre o julgamento de Bolsonaro, o presidente do STF garantiu que a corte atuará com “independência e com base nas evidências”, dizendo: “Se houver provas, os culpados serão responsabilizados. Se não houver, serão absolvidos. Assim funciona o Estado democrático de direito”.


Ao rebater Trump, Barroso também alegou que quem critica o Judiciário brasileiro não sabe o que é uma ditadura de verdade: “No Brasil de hoje, não se persegue ninguém. Realiza-se a justiça, com base nas provas e respeitado o contraditório”.


Sobre o debate em torno da censura nas redes sociais, Barroso tentou justificar as ações do STF, dizendo que foi adotada uma “solução moderada”, e que o Brasil teria escapado de “visões extremistas”, apresentando uma das “regulações mais avançadas do mundo”.

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