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Governo Lula corre para reagir à retaliação de Trump com decreto de “reciprocidade”

A medida será publicada no Diário Oficial antes de uma série de reuniões com representantes da indústria e do agronegócio – setores diretamente prejudicados pela decisão americana. O Planalto se apressa para tentar demonstrar firmeza, enquanto o país enfrenta mais um desgaste internacional causado por disputas internas.

Governo Lula corre para reagir à retaliação de Trump com decreto de “reciprocidade”
Governo Lula corre para reagir à retaliação de Trump com decreto de “reciprocidade” (Foto: Reprodução)

Nesta terça-feira (15/7), o governo federal vai publicar um decreto que regulamenta a chamada Lei da Reciprocidade Econômica, uma resposta direta à imposição de 50% de tarifa sobre produtos brasileiros por parte do governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump.


A medida será publicada no Diário Oficial antes de uma série de reuniões com representantes da indústria e do agronegócio – setores diretamente prejudicados pela decisão americana. O Planalto se apressa para tentar demonstrar firmeza, enquanto o país enfrenta mais um desgaste internacional causado por disputas internas.

A Lei da Reciprocidade foi originalmente pensada como um instrumento contra as barreiras impostas pela União Europeia ao Brasil. Mas só foi aprovada em abril deste ano, justamente após o primeiro grande pacote de tarifas anunciado por Trump. A legislação permite que o governo brasileiro tome medidas contra países ou blocos econômicos que imponham barreiras comerciais unilaterais ao Brasil.

O decreto também estabelece a criação de um comitê responsável por coordenar a resposta nacional à decisão dos EUA. Quem vai comandar esse grupo é o vice-presidente Geraldo Alckmin, figura que acumula ainda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Estão previstos no comitê ministros como Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda) – todos nomes alinhados com a esquerda e diretamente ligados ao governo Lula.


Segundo Alckmin, empresas norte-americanas serão chamadas para conversar. “Há a integração de cadeia. Somos o 3º comprador do carvão siderúrgico dos EUA. (…) As empresas americanas também serão atingidas. Então vamos conversar com as companhias, entidades e Câmara Americana de Comércio (Amcham)”, afirmou.

A atitude do governo norte-americano foi interpretada como retaliação direta à perseguição política conduzida no Brasil contra o ex-presidente Jair Bolsonaro – alvo de um inquérito polêmico em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente Trump, aliado declarado de Bolsonaro, mandou o recado com impacto direto na economia brasileira.



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