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Em nova petição, big techs acusam Moraes de retaliação após tarifaço

A defesa das empresas afirma que a decisão de Moraes — que determinou o bloqueio total das contas do comentarista político Rodrigo Constantino e exigiu o repasse de seus dados pessoais — foi motivada por puro revanchismo e caracteriza uma tentativa clara de censura internacional.

Em nova petição, big techs acusam Moraes de retaliação após tarifaço
Em nova petição, big techs acusam Moraes de retaliação após tarifaço (Foto: Reprodução)

Em meio à crescente tensão entre Brasil e Estados Unidos, uma nova batalha se desenha nos bastidores — desta vez envolvendo diretamente o ministro Alexandre de Moraes, a plataforma de vídeos Rumble e uma empresa ligada ao ex-presidente norte-americano Donald Trump. A disputa ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (16), quando as empresas americanas entraram com uma nova petição na Justiça da Flórida, acusando Moraes de agir por "retaliação política" à recente decisão de Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

A defesa das empresas afirma que a decisão de Moraes — que determinou o bloqueio total das contas do comentarista político Rodrigo Constantino e exigiu o repasse de seus dados pessoais — foi motivada por puro revanchismo e caracteriza uma tentativa clara de censura internacional.


“Essa ordem sigilosa enviada à Rumble é um exemplo clássico de abuso de autoridade: ordenar que uma empresa americana silencie um cidadão americano, entregue seus dados pessoais e mantenha tudo em segredo — sob pena de multas diárias altíssimas”, afirmou o advogado da Rumble Inc, Martin de Luca.

Segundo a petição, a ordem de Moraes teria sido expedida poucos dias depois que Trump publicou uma carta alertando para abusos de censura e anunciando a tarifa de 50% contra produtos do Brasil. Para a defesa, o timing das ações de Moraes mostra que o ministro do STF estaria usando seu cargo para perseguir opositores e agir contra interesses norte-americanos — o que poderia piorar ainda mais a relação entre os dois países.

“Moraes fez isso poucos dias depois da carta do presidente Trump alertando sobre censura e tarifas. Isso não parece justiça legítima — parece uma jogada pessoal de poder. E, até onde sabemos, ninguém no governo brasileiro ou no STF se opôs ao que ele fez, ou sequer sabia da ordem”, reforçou o advogado.


No último dia 11 de julho, Moraes mandou bloquear as contas de Constantino na plataforma canadense Rumble e determinou que fossem entregues os dados pessoais do comentarista, que também possui cidadania americana. Caso a ordem fosse ignorada, Moraes estipulou multa diária de R$ 100 mil (aproximadamente US$ 20 mil).


As empresas Truth Social (rede de Trump) e Rumble já haviam acionado anteriormente a Justiça americana, alegando que a ordem de Moraes é ilegal por não ter seguido os trâmites internacionais adequados. Agora, com essa nova petição, elas voltam a exigir que a Justiça dos EUA declare a ordem brasileira como inválida, ampliando a pressão contra o ministro do STF.


No documento, a defesa aponta um alerta grave:

“A grande questão agora é: o Brasil vai permitir que um único juiz arraste o país inteiro para um confronto com os Estados Unidos? Se Moraes está agindo por conta própria, as autoridades brasileiras precisam deixar isso claro — e freá-lo. Se não fizerem isso, estarão dizendo ao mundo que a cruzada de um homem virou política oficial do Brasil”.

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