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Bolsonaro se manifesta após tornozeleira eletrônica: ‘suprema humilhação’

O ex-presidente compareceu nesta sexta à sede da Polícia Federal, em Brasília, para colocar a tornozeleira eletrônica imposta por determinação de Alexandre de Moraes.

Bolsonaro se manifesta após tornozeleira eletrônica: ‘suprema humilhação’
Bolsonaro se manifesta após tornozeleira eletrônica: ‘suprema humilhação’ (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (18) que acredita ser inevitável sua condenação no inquérito que investiga uma suposta articulação golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no fim de 2022. A declaração foi dada em entrevista à agência Reuters.

“Não tenho dúvida da minha condenação, o ministro Alexandre de Moraes tem certa ascendência”, disse o ex-chefe do Executivo, ao comentar o avanço do processo conduzido pelo Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro apontou que é alvo de uma perseguição com motivações políticas e se diz convicto de que há um esforço para tirá-lo da disputa eleitoral. Mesmo declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral, ele insiste que continua sendo o principal nome de oposição ao atual governo. “Não é um processo normal, eles querem me tirar, de vez, do jogo político, eu sou o único que pode ganhar do Lula”, afirmou.

O ex-presidente compareceu nesta sexta à sede da Polícia Federal, em Brasília, para colocar a tornozeleira eletrônica imposta por determinação de Alexandre de Moraes. Após o cumprimento da medida, concedeu entrevista coletiva e revelou que, durante a operação de busca e apreensão realizada em sua casa pela manhã, policiais federais encontraram um pen drive dentro do banheiro. Segundo ele, o dispositivo é desconhecido. “Eu estou surpreso, vou perguntar para a minha esposa se o pen drive é dela”, declarou.

Bolsonaro também rechaçou os rumores de que planejava deixar o país ou buscar abrigo em alguma embaixada para evitar medidas judiciais. Ele afirmou que jamais cogitou sair do Brasil e classificou como desproporcional a decisão do STF. “Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para a Embaixada”, garantiu.

Ainda sobre as medidas impostas pela Justiça, o ex-presidente demonstrou incômodo com as restrições que o impedem de manter contato com pessoas próximas, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal. “[Estou me sentindo] humilhado, não posso falar com o meu filho Eduardo também, é uma humilhação”, lamentou.

“A suspeita [de fuga] é um exagero, poxa, eu sou um ex-presidente da República, tenho 70 anos de idade. Suprema humilhação”, desabafou.

Outro ponto que chamou atenção durante a operação foi a apreensão de cerca de 14 mil dólares em espécie. Questionado sobre o montante, Bolsonaro afirmou que manter dinheiro vivo em casa sempre foi uma prática sua, e que os valores encontrados são legais. “Sempre guardei dólar em casa. Todo dólar pego lá tem lá o recido do Banco do Brasil”, garantiu.

Mesmo diante das restrições impostas pela Justiça, Bolsonaro tenta manter o discurso de que segue atuando como principal antagonista de Lula. Apesar de legalmente impedido de concorrer até o fim da década, ele insiste que será candidato em 2026, reforçando o tom de enfrentamento que marcou sua trajetória política nos últimos anos.


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