Ministros do STF riram da possível punição dos EUA antes de serem atingidos

Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, em 6 de novembro de 2024, ministros do STF teriam feito um "bolão" entre si, especulando quem seria o primeiro a perder o visto sob um governo Trump.

A revogação de vistos dos Estados Unidos para oito dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), confirmada nesta sexta-feira (18), já era motivo de piada entre os próprios magistrados meses atrás. A brincadeira ocorreu em novembro do ano passado, após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, em 6 de novembro de 2024, ministros do STF teriam feito um "bolão" entre si, especulando quem seria o primeiro a perder o visto sob um governo Trump. Estavam presentes na conversa os ministros Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Nunes Marques. O momento ocorreu pouco antes de entrarem no Plenário da Corte.

O que era piada virou realidade. Ainda em setembro de 2024, dois meses antes do episódio, congressistas republicanos dos EUA já haviam enviado uma carta ao então secretário de Estado, Antony Blinken, pedindo a revogação dos vistos de todos os ministros do STF. No documento, chamaram Alexandre de Moraes de "ditador totalitário" e acusaram os demais ministros de serem "cúmplices" de “práticas antidemocráticas”.

Sanção imediata: Trump e Rubio anunciam corte de vistos

Nesta sexta-feira (18), o novo secretário de Estado do governo Trump, o senador Marco Rubio, confirmou pelas redes sociais que os vistos do ministro Alexandre de Moraes, de seus aliados na Corte e de seus familiares foram oficialmente cancelados.

Rubio foi direto ao afirmar que Trump cumprirá o que prometeu: “responsabilizar estrangeiros responsáveis pela censura à expressão protegida nos Estados Unidos”.

– A perseguição política do ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão amplo que não só viola direitos básicos dos brasileiros, como também ultrapassa as fronteiras do Brasil para atingir americanos – declarou Rubio.

Segundo ele, a revogação dos vistos foi determinada com "efeito imediato". Apenas três ministros ficaram de fora da lista: Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux.

Moraes mira Bolsonaro novamente

No mesmo dia da sanção americana, Alexandre de Moraes determinou novas medidas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o uso de tornozeleira eletrônica, restrição de aproximação a embaixadas e proibição de contato com seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Também foram realizadas buscas e apreensões pela Polícia Federal.