Trump age contra a tirania da toga: ministros do STF têm vistos cancelados e Lula se desespera

A retaliação direta veio após novas ações de Moraes contra o ex-presidente Bolsonaro, que foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, além de sofrer buscas em sua casa e na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente a decisão do presidente Donald Trump de revogar os vistos de entrada nos Estados Unidos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota oficial divulgada nesta manhã, Lula classificou a medida como “arbitrária” e “completamente sem fundamento”, demonstrando apoio irrestrito aos magistrados acusados de promover censura e perseguição política no Brasil.

“Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos. A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, declarou o petista.

O comunicado vem após o anúncio feito pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, um aliado de Trump, que determinou a revogação imediata dos vistos de Alexandre de Moraes, sua família e “aliados no tribunal”. Entre os atingidos pela medida estão nomes conhecidos por sua atuação controversa no STF, como Barroso, Toffoli, Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Fachin e Gilmar Mendes.

Rubio justificou a decisão dizendo que o governo Trump “responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”. Em sua declaração contundente, o secretário afirmou:

“A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos.”

A retaliação direta veio após novas ações de Moraes contra o ex-presidente Bolsonaro, que foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, além de sofrer buscas em sua casa e na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília.

A ofensiva de Trump contra os ministros do STF acirra ainda mais a tensão entre Washington e o Palácio do Planalto. Em menos de duas semanas, Trump já havia informado o governo Lula sobre uma sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros e, agora, seu governo abriu investigação contra o Brasil por práticas comerciais desleais — inclusive com foco no sistema de pagamentos Pix, acusado de dificultar exportações dos EUA.

Apesar das graves acusações e das medidas sem precedentes tomadas pelo governo americano, Lula preferiu se posicionar em defesa daqueles que vêm sendo denunciados por censurar opositores e calar vozes conservadoras.

"Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito", concluiu Lula.