Moraes pede mais de 12 anos de prisão por meme com orelha de Mickey; Eduardo reage

Enquanto Moraes avança com investigações que muitos consideram arbitrárias, o governo dos EUA, sob liderança de Donald Trump, começa a reagir.

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com sarcasmo à mais nova ofensiva de Alexandre de Moraes, ministro do STF, que determinou a inclusão de publicações e entrevistas do parlamentar num inquérito já em andamento. O motivo? Críticas feitas por Eduardo à Suprema Corte nas redes sociais.

Segundo Moraes, o deputado teria “intensificado” os chamados ataques ao STF após as restrições abusivas impostas contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pela Polícia Federal.

Nas redes, Eduardo comentou com ironia:

“Vocês viram algo criminoso neste tweet que estou dando RT? Pois é, Moraes viu aí um ataque à democracia e juntou no inquérito que ele abriu contra mim pedindo +12 anos de cadeia. Cuidado, memes matam…”

A publicação em questão traz uma montagem bem-humorada com Alexandre de Moraes usando orelhas do Mickey Mouse. Na legenda, Eduardo escreveu:

“Talvez o Moraes não saiba se o Filipe Martins foi ou não aos EUA, mas agora todo mundo sabe que o Moraes não vai!”

A decisão de Moraes, assinada no sábado (19), considera que Eduardo Bolsonaro teria adotado “condutas ilícitas” logo após a operação da PF na sexta-feira (18), quando Jair Bolsonaro foi submetido a tornozeleira eletrônica e teve restrições de movimentação.

O ministro do STF afirmou:

“Após a adoção de medidas investigativas de busca e apreensão domiciliar e pessoal, bem como imposição de medidas cautelares em face de Jair Messias Bolsonaro, o investigado Eduardo Nantes Bolsonaro intensificou as condutas ilícitas objeto desta investigação, por meio de diversas postagens e ataques ao Supremo Tribunal Federal nas redes sociais.”

Entre os materiais citados por Moraes estão postagens no X (antigo Twitter), no Facebook e uma entrevista à CNN Brasil. Em uma das publicações, Eduardo chamou Moraes de “ditador” e “gângster de toga”.

O inquérito investiga se o deputado teria tentado intimidar autoridades, obstruir apurações e participar de suposta tentativa de ruptura institucional — as mesmas acusações que recaem sobre o ex-presidente.

Na sexta-feira, a 1ª Turma do STF confirmou, por maioria, a decisão de Moraes, que também impôs a Jair Bolsonaro o afastamento das redes sociais e a proibição de se aproximar de embaixadas.

Enquanto Moraes avança com investigações que muitos consideram arbitrárias, o governo dos EUA, sob liderança de Donald Trump, começa a reagir. O senador Marco Rubio, que atua como secretário de Estado, anunciou a revogação do visto de Alexandre de Moraes, de seus aliados e familiares. Essa foi a primeira resposta internacional contra membros do STF brasileiro.