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Itamaraty nega boicote à embaixadora de Lula e tenta abafar crise diplomática após sanções dos EUA

O Itamaraty afirmou que há diálogo em andamento apenas com "níveis técnicos" do Departamento de Estado, o que reforça que, até o momento, os altos escalões do governo americano evitam contato direto com os representantes de Lula.

Itamaraty nega boicote à embaixadora de Lula e tenta abafar crise diplomática após sanções dos EUA
Itamaraty nega boicote à embaixadora de Lula e tenta abafar crise diplomática após sanções dos EUA (Foto: Reprodução)

O Ministério das Relações Exteriores divulgou neste sábado (19) uma nota negando que a diplomacia americana tenha se recusado a receber a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, nomeada por Lula. A negativa veio após rumores de que ela teria buscado contato com o governo dos EUA logo após a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes e de outros membros do Supremo Tribunal Federal — decisão que escancarou o desgaste entre os dois países.


O Itamaraty afirmou que há diálogo em andamento apenas com "níveis técnicos" do Departamento de Estado, o que reforça que, até o momento, os altos escalões do governo americano evitam contato direto com os representantes de Lula. Já o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), responsável pelas negociações comerciais, declarou que aguarda sinal verde da Casa Branca para decidir como prosseguir com o Brasil.

Na quinta-feira (17), o chanceler Mauro Vieira admitiu que “se forem dadas as circunstâncias”, Lula e Trump poderiam conversar. Um detalhe que chama atenção: até hoje, os dois nunca se encontraram como chefes de Estado. Em 2024, Lula manifestou apoio explícito à democrata Kamala Harris, derrotada por Trump na disputa presidencial — o que contribui para o gelo diplomático.

Vieira, assim como Lula, também não tem qualquer relação com o novo secretário de Estado, Marco Rubio, que foi o responsável por anunciar publicamente a cassação dos vistos de Moraes e companhia. Essa medida dos EUA foi anunciada apenas uma semana após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros — punição que começa a valer a partir de 1º de agosto.


Quem é Maria Luiza Viotti?


Indicada por Lula em 2023, Viotti foi escolhida para tentar conter a crescente articulação liderada por Eduardo Bolsonaro, que vem pressionando o governo americano a aplicar sanções contra autoridades brasileiras envolvidas em violações de direitos e perseguições políticas, como Alexandre de Moraes.


Nos bastidores, Viotti tem atuado para tentar frear a onda de retaliações contra o Brasil, buscando evitar novos embaraços diplomáticos. No entanto, sua atuação parece limitada diante da nova postura firme dos EUA.


Veterana da diplomacia lulista, Viotti entrou no Itamaraty em 1976. Entre 2007 e 2013, foi representante do Brasil na ONU. Depois, chefiou o gabinete do secretário-geral da ONU, António Guterres, entre 2017 e 2021 — cargos todos ligados à burocracia globalista que hoje é alvo de críticas crescentes entre conservadores.

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