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Montadora chinesa abandona o Brasil e fecha portas

Nas últimas semanas, os sinais do colapso se tornaram evidentes. O site oficial e o perfil da marca no Instagram foram desativados. A presença física da Neta no Brasil praticamente desapareceu: restou apenas uma concessionária ativa, a Potenza, no Rio de Janeiro. A unidade de Juazeiro (BA), chamada Novos Tempos, já fechou as portas.

Montadora chinesa abandona o Brasil e fecha portas
Montadora chinesa abandona o Brasil e fecha portas (Foto: Reprodução)

A chinesa Neta Auto, que chegou ao Brasil em 2024 prometendo revolucionar o mercado de carros elétricos com tecnologia de ponta e preços competitivos, está saindo silenciosamente do país. A empresa, que pertence à também chinesa Hozon Auto, mergulhou numa grave crise financeira, culminando em um processo formal de falência em sua terra natal.


Nas últimas semanas, os sinais do colapso se tornaram evidentes. O site oficial e o perfil da marca no Instagram foram desativados. A presença física da Neta no Brasil praticamente desapareceu: restou apenas uma concessionária ativa, a Potenza, no Rio de Janeiro. A unidade de Juazeiro (BA), chamada Novos Tempos, já fechou as portas.


Segundo a revista Motor Show, cerca de 400 veículos da marca foram retirados do país nos últimos meses. Do total de quase 700 carros importados no início das operações, apenas cerca de 300 ainda permanecem em solo brasileiro. Mesmo assim, a empresa insiste que as vendas seguem “normalmente” e mantém um escritório na Avenida Paulista, dizendo estar em “processo de reorganização sob gestão do governo chinês” e prometendo voltar em 2025.

Mas a realidade é outra. De acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a Neta conseguiu vender apenas 59 veículos em 2025 — sendo 34 do modelo Aya e 25 do SUV X. O GT, anunciado com pompa no ano passado, já foi tirado de linha.

A derrocada da Neta é um reflexo direto do caos vivido pela matriz, a Hozon Auto. Em maio, um credor formalizou o pedido de falência, segundo informou a agência Reuters. O regime comunista chinês já começou a fechar lojas da marca em Xangai, num claro indicativo do fim próximo.

Tudo isso vai na contramão do discurso feito pelo CEO da Hozon, Fang Yunzhou, que chegou a declarar que o Brasil era “a prioridade máxima” na expansão global da empresa. A promessa, como tantas outras feitas por corporações estrangeiras apoiadas por governos autoritários, se desfez rapidamente.


Especialistas do setor já não acreditam que o Brasil esteja no radar da montadora para uma eventual retomada. A tentativa da Neta de se firmar por aqui entra para a lista de fracassos de marcas estrangeiras que subestimaram a complexidade do mercado automotivo nacional.

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