Senadores vão aos EUA tentar barrar tarifa de 50%, mas clima é de tensão
De acordo com análise publicada pelo Diário do Poder, a viagem pode se transformar em um constrangimento diplomático, já que ocorre a apenas quatro dias do prazo final, enquanto outras nações — como China, Japão e países da União Europeia — já estão em negociações diretas e de alto nível com o governo norte-americano.

Uma comitiva formada por oito senadores brasileiros inicia, na segunda-feira (28), uma jornada quase impossível, em uma agenda oficial a Washington, nos Estados Unidos, para tentar reverter ou adiar a taxa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump e prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
O movimento, no entanto, tem sido alvo de críticas. De acordo com análise publicada pelo Diário do Poder, a viagem pode se transformar em um constrangimento diplomático, já que ocorre a apenas quatro dias do prazo final, enquanto outras nações — como China, Japão e países da União Europeia — já estão em negociações diretas e de alto nível com o governo norte-americano.
Missão e agenda
A comitiva deve se reunir com líderes empresariais e parlamentares norte-americanos, além de participar de eventos na Embaixada do Brasil, na U.S. Chamber of Commerce e no Brazil-U.S. Business Council, entre os dias 28 e 30 de julho. Segundo Jaques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE), que integram o grupo, a missão busca “defender os interesses do Brasil” e reforçar um diálogo institucional com autoridades dos EUA. Críticas e riscos
Especialistas apontam que a ausência de uma negociação direta conduzida pelo próprio presidente Lula pode enfraquecer a tentativa de barrar o tarifaço. O ex-embaixador Rubens Barbosa defendeu a formação de uma comissão de alto nível, liderada pelo governo federal, como estratégia mais efetiva para lidar com Trump.
Além disso, a presença de senadores da base governista é vista por críticos como uma abordagem mais política do que diplomática, o que poderia gerar resistência junto a aliados republicanos.
Impactos da tarifa
A taxa de 50% sobre produtos brasileiros ameaça setores estratégicos da economia, incluindo exportações agrícolas e de manufaturados. Empresários brasileiros alertam que, se não houver acordo, o impacto poderá ser sentido já nas próximas semanas, com perdas bilionárias para o país.
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