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Jornalista americano pede ao STF para entrevistar Filipe Martins

A defesa de Shellenberger afirma que Martins manifestou interesse em conceder a entrevista, que seria feita de forma remota, com registro de áudio e vídeo.

Jornalista americano pede ao STF para entrevistar Filipe Martins
Jornalista americano pede ao STF para entrevistar Filipe Martins (Foto: Reprodução)

O jornalista americano Michael Shellenberger protocolou nesta quarta-feira (31) um pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) para entrevistar o réu Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, durante o governo Bolsonaro.


A solicitação foi endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A defesa de Shellenberger afirma que Martins manifestou interesse em conceder a entrevista, que seria feita de forma remota, com registro de áudio e vídeo. No pedido, os advogados argumentam que proibir a entrevista configuraria censura e violaria o direito à liberdade de imprensa.


A petição compara o caso ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve o direito de ser entrevistado quando esteve preso em 2018.

“Privá-lo de toda e qualquer manifestação representa a imposição de censura prévia que, tantas vezes, este Supremo Tribunal Federal repudiou ao longo da história”, argumentam os advogados.


Martins foi preso no início de 2024, apontado como autor de uma minuta golpista que foi apresentada ao então presidente Jair Bolsonaro. Ele ficou preso durante seis meses. Atualmente, está em liberdade provisória, cumprindo uma série de medidas cautelares.


Entre as restrições impostas pelo STF estão o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair da comarca onde reside, entrega dos passaportes, suspensão de registros de armas e impedimento de uso de redes sociais — com multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento.



Shellenberger é conhecido por atuar como jornalista investigativo em pautas sobre liberdade de expressão e redes sociais. No documento enviado ao STF, a defesa reforça que a entrevista tem “significativo interesse público” e não representa risco ao andamento da investigação.



O jornalista ganhou projeção em 2024 após ter divulgado documentos recebidos da empresa X (antigo Twitter), que sugeriam que autoridades brasileiras teriam solicitado a retirada de conteúdos e perfis da plataforma.


O ministro Alexandre de Moraes ainda deverá se manifestar sobre o pedido.

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