Trump alerta para novas sanções caso STF tente blindar Moraes de punição dos EUA

O recado foi reforçado por interlocutores do governo do presidente Donald Trump, que já avaliavam a possibilidade de o STF tentar neutralizar os efeitos das punições.

O governo dos Estados Unidos endureceu o discurso após o PT acionar o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (1º), para tentar barrar bancos brasileiros de cumprir a sanção imposta ao ministro Alexandre de Moraes pela Lei Magnitsky. Fontes em Washington alertam que, se o STF decidir a favor do partido, o ato será interpretado como afronta direta à legislação americana — e poderá resultar em novas sanções contra outros ministros da Corte, ampliando a lista de alvos no Brasil.

O recado foi reforçado por interlocutores do governo do presidente Donald Trump, que já avaliavam a possibilidade de o STF tentar neutralizar os efeitos das punições.

“Uma reação nesse sentido será interpretada como interferência direta na aplicação da lei americana”, afirmou uma fonte ligada à Casa Branca.

A ação no STF foi apresentada pelo líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), que pede uma liminar para impedir que instituições financeiras nacionais “executem, repliquem ou deem eficácia material” às sanções dos EUA, que incluem bloqueio de bens e restrições a transações financeiras. Para Lindbergh, permitir que bancos brasileiros acatem as medidas seria “transferência de soberania incompatível com a Constituição” e representaria “coação a um membro do Poder Judiciário em pleno exercício da função”.

Se o STF aceitar o pedido, isso abrirá um precedente inédito, colocando o Judiciário brasileiro em rota de colisão com sanções internacionais e elevando o risco de uma crise diplomática entre Brasília e Washington.

O alerta dos EUA vem em meio a um aumento da tensão entre os dois países. Antes mesmo da ação do PT, Moraes já havia ordenado a abertura de investigação contra Jair Bolsonaro e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), suspeitando que eles tenham atuado para incentivar as sanções — o que poderia influenciar diretamente o julgamento do ex-presidente no STF.