Morre jornalista José Roberto Guzzo, um dos fundadores da Revista Oeste
Como correspondente internacional, viveu em Nova York e Paris, cobrindo momentos decisivos da história mundial, como a Guerra do Vietnã e a visita histórica do presidente americano Richard Nixon à China.

aleceu neste sábado (2), em São Paulo, o renomado jornalista e escritor José Roberto Dias Guzzo, conhecido como J. R. Guzzo, aos 82 anos, vítima de infarto. Guzzo deixa para o Brasil um legado raro nos tempos atuais: mais de cinco décadas de jornalismo firme, independente e sem medo de confrontar os poderosos.
Uma vida dedicada ao jornalismo e à verdade
Nascido em 10 de julho de 1943, formado em Direito pela USP, Guzzo escolheu o caminho da imprensa, tornando-se um dos nomes mais influentes do país. Em 1976, assumiu a direção da revista Veja, levando-a a atingir a marca histórica de 1 milhão de exemplares semanais — algo impensável no cenário atual, dominado por veículos alinhados a narrativas ideológicas.
Como correspondente internacional, viveu em Nova York e Paris, cobrindo momentos decisivos da história mundial, como a Guerra do Vietnã e a visita histórica do presidente americano Richard Nixon à China.
Colunista combativo e fundador da Revista Oeste
Depois de deixar a direção da Veja, voltou em 2008 como colunista. Anos depois, fundou a Revista Oeste, onde continuou até seus últimos dias, sempre com análises afiadas e sem concessões ao politicamente correto. Seu estilo direto lhe rendeu respeito entre leitores que prezam a liberdade e também críticas de quem não suporta ouvir verdades.
Entre seus textos mais marcantes está o artigo “Brasil, o país onde o crime compensa”, publicado em janeiro de 2024, na Revista Oeste:
“É a audiência de custódia. É o juiz de garantias. […] É a ‘saidinha’ — cinco vezes por ano, com sete dias livres em cada uma.”
Esse texto se tornou referência nos debates sobre segurança pública e a cultura da impunidade no Brasil.
O legado de uma voz livre
J. R. Guzzo deixa uma marca profunda no jornalismo opinativo brasileiro. Sua defesa intransigente da liberdade de expressão, da responsabilidade editorial e da independência jornalística continuará inspirando gerações de profissionais e leitores que recusam a censura e a manipulação ideológica.
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