Eduardo Leite manifesta "preocupação" e critica prisão domiciliar de Bolsonaro
Para Leite, o episódio reflete um padrão preocupante da política brasileira, marcada por um ambiente hostil e por um “cabo de guerra jurídico-político” que, segundo ele, paralisa o país.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), se manifestou nesta segunda-feira (4) sobre a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em publicação nas redes sociais, Leite afirmou receber o episódio “com desânimo” e demonstrou desconforto com o fato de um ex-chefe do Executivo ser preso antes de julgamento por um colegiado do Supremo Tribunal Federal (STF). Sem questionar a legalidade da decisão, o governador destacou que apenas Fernando Henrique Cardoso, entre os cinco presidentes eleitos após a redemocratização, não enfrentou impeachment ou prisão.
Para Leite, o episódio reflete um padrão preocupante da política brasileira, marcada por um ambiente hostil e por um “cabo de guerra jurídico-político” que, segundo ele, paralisa o país. O governador questionou: “Até quando nossa energia será consumida na busca de exterminar adversários mais do que em erradicar os graves problemas do país?”.
O tucano ainda defendeu que o país precisa fazer uma reflexão profunda sobre os efeitos da polarização e buscar alternativas. “Não é mais sobre qual lado tem razão, é sobre manter a serenidade e a esperança no Brasil que sonhamos e queremos ter”, escreveu. Leia a manifestação na íntegra:
“Como brasileiro, recebo com desânimo este episódio envolvendo a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Não gosto da ideia de um ex-presidente não poder se manifestar, e gosto menos ainda de vê-lo ser preso por isso, antes ainda de ser julgado pelo órgão colegiado da Suprema Corte. Não discuto a legalidade ou a razão jurídica. Percebam que, de cinco presidentes eleitos após a redemocratização, apenas um, Fernando Henrique, não foi preso ou sofreu impeachment. Nosso país não merece seguir refém desse cabo de guerra jurídico-político que só atrasa a vida de todos há anos. Até quando vamos ficar dobrando a aposta pra ver o que acontece? Até quando nossa energia será consumida na busca de exterminar adversários mais do que em erradicar os graves problemas do país? Como nação, é hora de refletir sobre os graves danos da polarização e buscar novos caminhos. Não é mais sobre qual lado tem razão, é sobre manter a serenidade e a esperança no Brasil que sonhamos e queremos ter.”
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