Ministros do STF se Revoltam com Moraes Após Prisão de Bolsonaro: “Não Faz Sentido”
De acordo com a jornalista, ministros do Supremo consideraram a atitude de Moraes “exagerada, desnecessária e frágil do ponto de vista jurídico”.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impor prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) causou desconforto até mesmo dentro da própria Corte. A revelação foi feita pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
De acordo com a jornalista, ministros do Supremo consideraram a atitude de Moraes “exagerada, desnecessária e frágil do ponto de vista jurídico”. A crítica não parte apenas de opositores ou de membros do entorno bolsonarista, mas também de magistrados da Primeira Turma – justamente o grupo responsável por julgar o caso – e até de outras turmas do STF.
Há quem acredite que Moraes ainda possa voltar atrás, embora o histórico do ministro mostre que ele dificilmente revê suas próprias decisões, mesmo quando confrontado com ponderações dos próprios colegas de toga. Caso se mantenha irredutível, a Primeira Turma ainda poderia derrubar a decisão, o que, embora improvável, não está descartado.
O episódio que levou à prisão domiciliar ocorreu no último domingo (3), quando Bolsonaro, por telefone, dirigiu-se a patriotas reunidos em Copacabana. A fala, transmitida por viva-voz pelo senador Flávio Bolsonaro, foi a seguinte:
– “Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos.”
Para diversos ministros, a simples manifestação verbal do ex-presidente não justificaria uma medida tão extrema. O próprio Moraes, segundo registros anteriores, havia autorizado Bolsonaro a participar de eventos públicos e privados – o que torna a decisão ainda mais incoerente.
Além das tensões internas, cresce também a pressão internacional, especialmente dos Estados Unidos, governados atualmente pelo presidente Donald Trump, que vêm acompanhando de perto os ataques à democracia e à liberdade de expressão no Brasil. A contradição de Moraes, neste contexto, fragiliza ainda mais a imagem do Supremo no cenário global.
Comentários (0)