Novas sanções dos EUA devem atingir o Brasil por compra de petróleo russo

No ranking dos maiores compradores de derivados de petróleo russo, o Brasil aparece em terceiro lugar, atrás apenas da Turquia e da China, e à frente da própria Índia.

O governo brasileiro já admite que poderá ser alvo de sanções por parte dos Estados Unidos, por continuar adquirindo derivados de petróleo da Rússia — país que sustenta sua máquina de guerra com a venda desse combustível. A informação foi confirmada por uma fonte do Itamaraty ao SBT News nesta terça-feira (05).

Caso a medida não seja anunciada diretamente pelo presidente norte-americano Donald Trump, o Senado dos EUA deve assumir o protagonismo no próximo mês, ao votar um projeto de lei que prevê “tarifas secundárias”, penalizando países que comercializam petróleo russo.

A proposta — que conta com apoio tanto de republicanos quanto de democratas — visa estrangular financeiramente o regime de Vladimir Putin, sufocando uma das principais fontes de receita do Kremlin

No momento, o principal foco das punições é a Índia. Inclusive, o presidente Donald Trump já aplicou uma sobretaxa de 25% a produtos indianos e deixou claro que as sanções poderão aumentar ainda mais.

“Eu acho que vou aumentar substancialmente nas próximas 24 horas, porque eles estão comprando petróleo russo. Eles estão abastecendo a máquina de guerra e se eles continuarem fazendo isso, eu não vou ficar satisfeito”, declarou Trump à emissora CNBC.

De acordo com dados do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, a Índia foi o segundo maior comprador de petróleo russo no primeiro semestre de 2025, ficando atrás apenas da China. A União Europeia ainda aparece na lista, apesar das sanções formais contra Moscou, já que muitos países europeus continuam importando gás russo.

Segundo a fonte do Itamaraty, o Senado norte-americano deverá “encontrar um caminho pra excluir a União Europeia” do escopo direto do projeto, blindando os aliados históricos dos EUA.

No ranking dos maiores compradores de derivados de petróleo russo, o Brasil aparece em terceiro lugar, atrás apenas da Turquia e da China, e à frente da própria Índia.

Outro dado alarmante: 61% do óleo diesel importado por empresas brasileiras no primeiro semestre de 2025 veio da Rússia. Antes do conflito na Ucrânia, os Estados Unidos eram o principal fornecedor de diesel ao Brasil.