Moraes troca “noras” por “cunhadas” em decisão sobre visitas a Bolsonaro e gera confusão
A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre as visitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, provocou confusão devido ao uso incorreto de termos familiares.

Assessoria do ministro diz que prevalece o texto da decisão, apesar do erro nos laços familiares
A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre as visitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, provocou confusão devido ao uso incorreto de termos familiares. O despacho, divulgado nesta quarta-feira (6), autorizou a visita de “cunhadas” ao custodiado, mas não mencionou as noras, que seriam os parentes diretos por casamento com seus filhos.
“AUTORIZO as visitas dos filhos, cunhadas, netas e netos do custodiado, sem necessidade de prévia comunicação, com a observância das determinações legais e judiciais anteriormente fixadas”, diz o despacho assinado por Moraes.
Entendimento sobre laços de parentesco gera dúvidas
A escolha do termo “cunhadas” chamou atenção por seu significado. No uso correto, nora é a esposa do filho, enquanto cunhada é a irmã do cônjuge ou a esposa do irmão. Assim, se a intenção de Moraes era permitir visitas das esposas dos filhos de Bolsonaro, o termo adequado seria noras. Caso estivesse se referindo às irmãs da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ou às esposas dos irmãos do ex-presidente, então de fato seriam “cunhadas”. A situação gerou especulações sobre um possível equívoco do ministro quanto às relações familiares de Bolsonaro. O ex-presidente possui filhos homens adultos, todos casados, o que significa que suas respectivas esposas são suas noras – e também mães de seus netos.
Assessoria confirma que valerá o que está escrito
Diante da repercussão, a equipe de Moraes informou ao jornal Poder360 que:
“prevalece o que está escrito na decisão do ministro”.
Com isso, apenas as pessoas definidas no texto teriam acesso ao ex-presidente, excluindo possivelmente suas noras, ao menos do ponto de vista técnico-legal.
Visita de Flávio Bolsonaro é autorizada e acompanhada por críticas
Na mesma quarta-feira (6), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) visitou seu pai, amparado pela autorização concedida por Moraes. Em conversa com jornalistas na entrada do condomínio, Flávio criticou a postura do ministro:
“Ele [Moraes] sabia que a situação estava repercutindo negativamente para ele, especialmente porque ultrapassou um limite ético e moral ao atingir a família de alguém que está investigando e deseja condenar”, afirmou o senador.
Moraes decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro na segunda-feira (4), com base em postagens feitas por seus filhos durante manifestações realizadas no domingo (3), quando milhares de pessoas foram às ruas pedindo o impeachment do ministro e o fim do governo Lula.
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