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Ex-Palmeiras, Romarinho pega mais de 22 anos de prisão por manipulação de resultados de jogos em Goiás

De acordo com o processo, Romarinho agia como financiador e articulador da quadrilha, pagando atletas e organizando repasses para apostas feitas em sites esportivos, baseadas em resultados previamente combinados.

Ex-Palmeiras, Romarinho pega mais de 22 anos de prisão por manipulação de resultados de jogos em Goiás
Ex-Palmeiras, Romarinho pega mais de 22 anos de prisão por manipulação de resultados de jogos em Goiás (Foto: Reprodução)

O ex-jogador Romário Hugo dos Santos, o “Romarinho”, que já vestiu a camisa do Palmeiras, foi condenado a 22 anos e 10 meses de prisão por envolvimento em um esquema criminoso de manipulação de resultados no futebol profissional. A sentença foi publicada no último domingo (3/8), em Goiânia, e atinge também dois empresários. Ao todo, 23 pessoas já foram identificadas durante a investigação.


De acordo com o processo, Romarinho agia como financiador e articulador da quadrilha, pagando atletas e organizando repasses para apostas feitas em sites esportivos, baseadas em resultados previamente combinados.

Durante sua carreira, ele passou por clubes como Atibaia, Atlético Sorocaba, Ypiranga, Passo Fundo, Guaratinguetá e Ponte Preta, encerrando a trajetória profissional em 2019. O auge foi entre 2009 e 2013, quando defendeu o Palmeiras. Hoje, atua como empresário no ramo automotivo, com uma loja bastante frequentada por jogadores e ex-jogadores.

Empresários envolvidos

Além de Romarinho, foram condenados Thiago Chambó Andrade (5 anos e 9 meses de prisão, regime semiaberto), apontado como um dos mentores do esquema e responsável pela parte financeira, e Bruno Lopez de Moura (19 anos de prisão), que tentou acordo de colaboração, mas, segundo o juiz, não ajudou de forma efetiva.


O trio terá de pagar, solidariamente, R$ 2 milhões em indenizações. Apesar de poderem recorrer em liberdade, estão proibidos de deixar o país e de manter contato com outros investigados.

O golpe no futebol brasileiro

A fraude foi desvendada pela Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás (MPGO), que investiga desde fevereiro de 2023. O esquema funcionava combinando jogadas específicas — como pênaltis, cartões e até placares inteiros — para lucrar com apostas esportivas.

Entre 2022 e 2023, foram identificadas 12 partidas manipuladas, incluindo jogos das Séries A e B do Brasileirão e do Campeonato Gaúcho. Torcedores, apostadores honestos e clubes foram diretamente prejudicados.


Jogos manipulados incluíram confrontos como Palmeiras x Cuiabá, Avaí x Fluminense, Atlético-MG x Cuiabá, entre outros.

Segundo o MPGO, a organização criminosa era estruturada, com funções bem definidas entre líderes, intermediários e executores. As condenações se basearam em escutas telefônicas, mensagens de celular, quebras de sigilo bancário e depoimentos.

O juiz responsável foi claro: o objetivo era “lucro fácil, mesmo que às custas da fraude no esporte”. As investigações continuam e novas prisões podem ocorrer.

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