Trump endurece contra Rússia e Brics antes de encontro com Putin
Putin terá um encontro pessoalmente com o presidente dos EUA, Donald Trump, na próxima sexta-feira (15/8), no Alasca — território estratégico, a apenas 88 quilômetros da Rússia. A reunião tratará do conflito que já dura três anos.

Na manhã deste sábado (8/8), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, telefonou para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar das conversas em andamento com os Estados Unidos sobre um possível acordo de paz na guerra da Ucrânia.
“O presidente Lula enfatizou que o Brasil sempre apoiou o diálogo e a busca de uma solução pacífica e reafirmou que o seu governo está à disposição para contribuir com o que for necessário, inclusive no âmbito do Grupo de Amigos da Paz, lançado por iniciativa de Brasil e China”, informou o Palácio do Planalto.
Putin terá um encontro pessoalmente com o presidente dos EUA, Donald Trump, na próxima sexta-feira (15/8), no Alasca — território estratégico, a apenas 88 quilômetros da Rússia. A reunião tratará do conflito que já dura três anos. O governo americano tem elevado a pressão para que Moscou aceite um cessar-fogo definitivo, utilizando sanções e medidas econômicas para enfraquecer o Kremlin.
Donald Trump, que vem adotando uma postura firme contra aliados comerciais de Putin, anunciou recentemente tarifas extras sobre importações vindas da Índia devido à compra de petróleo russo pelo país asiático.
A decisão de realizar o encontro no Alasca sem a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, gerou irritação em Kiev. “O presidente Trump anunciou os preparativos para seu encontro com Putin no Alasca. Muito longe desta guerra, que assola nossa terra, contra nosso povo, e que, de qualquer forma, não pode terminar sem nós, sem a Ucrânia”, criticou Zelensky nas redes sociais.
A ligação entre Lula e Putin durou cerca de 40 minutos e também incluiu temas como o fortalecimento dos laços comerciais dentro do Brics — bloco que tem causado incômodo a Trump. O líder russo parabenizou Lula pela cúpula de líderes realizada no Rio de Janeiro em julho, evento do qual não participou. Poucos dias depois, Donald Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, que entraram em vigor na última quarta-feira (6/8).
Entre as razões para o tarifaço está a defesa, por parte do Brics, de moedas locais como alternativa ao dólar — medida mal recebida por diplomatas americanos. Mesmo após ajustes nas medidas, setores estratégicos como café e carne bovina seguem na mira das tarifas impostas por Washington.
Por fim, Lula e Putin reafirmaram a intenção de organizar, ainda este ano, a próxima edição da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia, segundo comunicado oficial do governo brasileiro.
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