Colômbia em luto: Senador conservador Miguel Uribe é velado após brutal atentado
Miguel Uribe foi atingido por dois tiros na cabeça e um na perna esquerda durante um comício em Bogotá, no dia 7 de junho. Lutou por 64 dias pela vida na Fundação Santa Fé, mas não resistiu. Sua morte abalou profundamente o país.

O Congresso Nacional da Colômbia abriu suas portas nesta terça-feira (12) para que a população pudesse se despedir do senador e pré-candidato presidencial da oposição, Miguel Uribe Turbay, brutalmente assassinado após sobreviver por dois meses a um atentado covarde. O político, de apenas 39 anos, era uma das vozes mais firmes do partido de direita Centro Democrático, enfrentando com coragem o governo de esquerda de Gustavo Petro.
Desde as primeiras horas da manhã, dezenas de pessoas formaram longas filas na Praça Bolívar para entrar no Salão Elíptico do Capitólio, onde o caixão de Uribe — coberto com a bandeira da Colômbia e guardado pelo Batalhão da Guarda Presidencial — recebia homenagens. O acesso era feito em grupos de 15 pessoas, após rigorosa revista de segurança. Muitos levavam flores brancas, faziam o sinal da cruz, murmuravam orações ou relembravam a trajetória do jovem senador, advogado formado pela Universidade dos Andes, com estudos em Harvard, que em 2022 conquistou o título de mais votado do Centro Democrático.
Enquanto a fila avançava, o clima de dor se misturava ao sentimento de revolta. Entre os presentes, o apelo era unânime: que “este crime não fique impune”.
Na véspera, familiares, diplomatas e líderes políticos participaram de uma cerimônia privada, incluindo os ex-presidentes Juan Manuel Santos e César Gaviria, o prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, e representantes de diversas siglas.
Última despedida na Catedral Primada
O caixão permaneceu no Capitólio até o meio-dia desta quarta-feira (13), sendo levado depois à Catedral Primada, local onde já ocorreram funerais de seus avós — o ex-presidente Julio César Turbay e Nydia Quintero — e de sua mãe, Diana Turbay, assassinada em 1991 por narcotraficantes do Cartel de Medellín.
Miguel Uribe foi atingido por dois tiros na cabeça e um na perna esquerda durante um comício em Bogotá, no dia 7 de junho. Lutou por 64 dias pela vida na Fundação Santa Fé, mas não resistiu. Sua morte abalou profundamente o país.
O governo colombiano, alvo de críticas pela demora em reagir, decretou apenas nesta terça-feira um dia de luto nacional e mandou hastear a bandeira a meio mastro na Casa de Nariño, sede do Executivo.
– “Decrete-se luto nacional pelo prazo de um dia, durante o qual a bandeira nacional será hasteada a meio mastro em todos os prédios públicos do país, unidades militares e policiais e embaixadas da Colômbia no exterior” – determina o decreto assinado pelo ministro do Interior, Armando Benedetti, que esteve no Capitólio para prestar condolências à família.
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