STF abre as portas para influenciadores enquanto protestos contra Moraes tomam as ruas
Segundo a divulgação oficial, o “Leis e Likes” abordou temas como polarização, liberdade de expressão, inteligência artificial e combate à desinformação.

O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou, nesta quarta (13) e quinta-feira (14), a segunda edição do evento “Leis e Likes: O Papel do Judiciário e a Influência Digital”, reunindo influenciadores de diversos segmentos para dois dias de programação dentro da Corte. A ação, porém, gerou forte repercussão nas redes, onde internautas apontaram que a iniciativa poderia ser uma tentativa de “limpar sua barra” diante da opinião pública, usando personalidades populares da internet.
O STF divulgou que “nenhum influencer recebe cachê por sua participação, uma vez que o encontro tem contrapartida 100% social e o STF não custeia as visitas”. No entanto, declarações da influenciadora e ex-atriz Cecília Dassi revelaram que houve sim custeio das despesas, mas por meio de financiamento externo. Segundo ela, os gastos foram pagos pelo projeto Redes Cordiais – parceiro do STF na realização do evento – com apoio de entidades como YouTube, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Instituto Justiça e Cidadania (IJC).
A ex-atriz destacou que os convidados não foram obrigados a criar conteúdo sobre o encontro e disse que o objetivo seria abrir espaço para diálogo.
– A intenção é que o STF possa ouvir o que nós, como pessoas em contato com o público, percebemos como demandas/críticas/dúvidas da população, bem como nos ajudar a levar mais entendimento sobre seu trabalho até a população. Até pra criticar precisamos, antes, compreender – escreveu Dassi nos stories de seu Instagram.
A programação contou com visitas guiadas, participação em uma sessão do STF e rodas de conversa com ministros, incluindo Alexandre de Moraes, que esteve presente nesta quinta-feira (14). Segundo a divulgação oficial, o “Leis e Likes” abordou temas como polarização, liberdade de expressão, inteligência artificial e combate à desinformação.
Enquanto dentro do tribunal o clima era amistoso – inclusive com gravação de um momento descontraído entre Moraes e o influenciador Mizael Silva, que se apresenta como “advogado de Alexandre de Moraes” –, do lado de fora o cenário era outro. Um grupo de manifestantes protestava contra o ministro, alvo frequente de críticas por decisões polêmicas e atuação com viés político.
O projeto Redes Cordiais, criado em 2018, tem como cofundador e diretor de conteúdo o jornalista Guilherme Amado, ex-integrante de veículos como Veja, O Globo, Época e Metrópoles. Atualmente, ele é colunista do site PlatôBR. Amado foi citado recentemente pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como autor de uma matéria sobre uma suposta entrada do ex-assessor Filipe Martins nos Estados Unidos. A defesa de Martins, no entanto, apresentou documentos provando que ele não esteve em território americano no final de 2022.
Lista de influenciadores presentes na edição de 2025:
Alexandre Simone e Lucas Galdino – @historiasdeterapia;
Anaterra Oliveira – @anaterra.oli;
Antonio Tabet – @antoniotabet;
Beatris Brantes – @beatrisbrantes;
Beta Boechat – @betaboechat;
Biel Braga – @umbipolar;
Cecília Dassi – @cecilia.dassi;
Deia Freitas – @naoinviabilize;
Fred Nicácio – @frednicacio;
Jackson Augusto – @afrocrente;
Jooj Natu – @jooj;
Laila Zaid – @lailazaid;
Luana Xavier – @luaxavier;
Marco Viricimo e Vitor Vogel – @vogalizandoahistoria;
Mizael Silva – @mizaelsilv;
Nando Gald – @nandogald;
Nath Finanças – @nathfinancas;
Pedro Henrique França – @pfranca;
Rafa Xavier – @braidsrafa;
Reinaldo Heleno – @3palavrinhas;
Sabrina Fidalgo – @sabrinafidalgoo;
Sara do Vale – @profsaradovale;
Yuri Marçal – @oyurimarcal.
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