Erika Hilton chama críticos de “gentalha” e se vitimiza após ser cobrada por ostentação
Ainda em sua resposta, Erika afirmou que é alvo de “ódio” por parte “desta gentalha” por ter saído de um contexto de pobreza para ocupar um espaço de influência.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) voltou a causar polêmica ao responder críticas sobre seus hábitos de consumo de luxo, ostentando bolsas e sapatos de grife. Em tom exaltado, durante sessão da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, Hilton afirmou que não deve satisfações a ninguém sobre o destino do dinheiro que recebe como parlamentar.
– O deputado falava das minhas bolsas, e eu quero dizer de uma vez por todas: eu não devo satisfação do que faço com o fruto do meu trabalho. O dinheiro que eu ganho trabalhando todos os meses, assim como todos os outros deputados, eu gasto com o que eu quiser. Se eu quiser comprar bolsa, sapato, qualquer coisa que seja, eu não devo satisfação – disparou a deputada.
A fala foi motivada por críticas do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), que destacou a contradição de políticos que exaltam o socialismo, mas vivem cercados de artigos de luxo.
– Nós defendemos o capitalismo, não o socialismo, essa desgraça que bota as pessoas para passar fome. Os defensores do socialismo não. Andam com sapatos de R$ 10 mil, maquiador o tempo todo, faz o cabelinho. Viva o capitalismo. Por isso que eu falo, deputada Erika Hilton, elogie [o capitalismo] – rebateu Gilvan.
Em sua resposta, Erika afirmou ser alvo de “ódio” por parte de opositores, a quem chamou de “gentalha”. Segundo ela, o incômodo estaria no fato de uma “mulher negra, travesti e vinda da prostituição” ocupar espaço político de destaque.
– O incômodo desta gente não é com minhas bolsas, com meus sapatos e minhas roupas que eu continuarei trabalhando de maneira honesta para comprar, porque não roubo joias, não roubo dinheiro público, porque tenho assessores capacitados no meu mandato. O ódio desta gentalha é verem uma mulher como eu, que saiu das esquinas de prostituição, que estava com o alvo da morte colocado sobre a sua cabeça, ocupando o lugar, que como ele mesmo disse, nem as suas próprias mulheres ocupam, (…) Eles não suportam ver uma mulher negra, travesti, vinda dos lugares aonde eu vim, ocupando o lugar que ocupo – disse.
Hilton ainda prometeu não se intimidar “diante dos canalhas” e reforçou que seguirá comprando tudo o que tiver vontade.
O vereador Rubinho Nunes (União Brasil-SP) também entrou na discussão e criticou a postura da deputada ao compartilhar o vídeo nas redes sociais. Segundo ele, a contradição está em se dizer revolucionária anticapitalista enquanto desfruta do status proporcionado pelo sistema que tanto ataca.
– Ontem atacava “as loiras de bolsa cara”, hoje ostenta e se vitimiza. E a militância que te defende foi a mesma que atacou covardemente a filha de Roberto Justus por ter uma bolsa cara, mas nunca move um dedo quando é para questionar deputada que coloca maquiador na folha de pagamento do gabinete com dinheiro público – ironizou Nunes.
Comentários (0)