Toffoli anula todos os atos da Lava Jato contra João Vaccari Neto

Na decisão, Toffoli alegou haver “prévio acerto” entre o então juiz Sérgio Moro (União-PR) e o procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) para a deflagração de operações contra Vaccari e outros investigados. Segundo ele, esse suposto conluio teria ferido princípios constitucionais como moralidade, impessoalidade, imparcialidade e legalidade.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, decidiu nesta quinta-feira (14) derrubar todos os atos da Operação Lava Jato contra o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto — inclusive aqueles da fase pré-processual. Na prática, a decisão apaga anos de investigações que haviam revelado o esquema de corrupção envolvendo a cúpula petista.

Na decisão, Toffoli alegou haver “prévio acerto” entre o então juiz Sérgio Moro (União-PR) e o procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) para a deflagração de operações contra Vaccari e outros investigados. Segundo ele, esse suposto conluio teria ferido princípios constitucionais como moralidade, impessoalidade, imparcialidade e legalidade.

A defesa de Vaccari havia pedido o mesmo benefício que já havia sido concedido, em junho, ao advogado Guilherme de Salles Gonçalves, também investigado na Operação Pixuleco — um dos desdobramentos da Lava Jato.

Vale lembrar que, em janeiro, o ministro Edson Fachin já havia anulado a condenação de 24 anos de prisão imposta a Vaccari, decisão que ainda beneficiou os marqueteiros João Santana e Mônica Moura.

Nos últimos anos, Toffoli vem sistematicamente derrubando decisões da Lava Jato, o que acabou favorecendo nomes ligados a grandes escândalos de corrupção, como Paulo Bernardo, Alberto Youssef, Antonio Palocci, Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro.