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Na Globo Felca expõe os perigos da “adultização” infantil na internet e alerta: “Quem tem que ter medo são eles, não a pessoa que está denunciando”

O influenciador revelou que sua indignação nasceu ao perceber um movimento perigoso na internet: crianças expostas em vídeos que, embora parecessem inocentes, atraíam pedófilos.

Na Globo Felca expõe os perigos da “adultização” infantil na internet e alerta: “Quem tem que ter medo são eles, não a pessoa que está denunciando”
Na Globo Felca expõe os perigos da “adultização” infantil na internet e alerta: “Quem tem que ter medo são eles, não a pessoa que está denunciando” (Foto: Reprodução)

O youtuber Felca, conhecido por seu vídeo contra a “adultização” de crianças, participou do programa Altas Horas, da Globo, exibido neste sábado (16). Logo no início da atração, ele conversou com Serginho Groisman e explicou a repercussão de sua denúncia.


– “Causou um movimento tão gigantesco que, agora, nesse momento, está sendo meio nebuloso, meio difícil de cair a ficha. Mas é um convite para as pessoas que estão assistindo entenderem que vocês têm voz. Existe um poder nas pessoas. Você ver algo que está errado e falar, denunciar. As pessoas ouvem. Existe bondade no mundo” – afirmou.

Felca contou que desde os 12 anos sonhava em produzir vídeos para a internet, mas seus pais decidiram esperar para proteger sua infância.

– “Fiquei revoltado por um tempo. Hoje quando olho para trás eu entendo muito bem e agradeço aos meus pais.”


– “Meus pais falaram: ‘Muito bacana o que você tá fazendo, apoio, mas ainda é muito cedo. Tem que esperar um pouco mais, amadurecer, nesse ambiente que você está entrando, talvez não entenda tudo’” – relembrou.

Como surgiu a denúncia sobre a “adultização”

O influenciador revelou que sua indignação nasceu ao perceber um movimento perigoso na internet: crianças expostas em vídeos que, embora parecessem inocentes, atraíam pedófilos.

– “Eu observei que [havia] esse movimento na internet, de crianças produzindo conteúdo, e o público era dividido. Tinha outras crianças consumindo, alguns pais, mas tinha naquele público, também, pedófilos.”


– “Um conteúdo que se eu mostrasse para você sem dar o contexto, você ia falar que é inocente. Uma criança brincando, se divertindo com as amigas… Mas existiam pedófilos ‘cantando’ aquelas crianças.”


– “Você vai vendo aquilo, aquele movimento acontecendo, pessoas que produzem conteúdos com crianças, que às vezes adultizam propositalmente a criança… Se você não sente uma indignação, você não é um ser humano. E eu senti uma indignação, tinha um público e falei.”

Para Felca, crianças não devem produzir conteúdo online:

– “É um ambiente em que a exposição não é algo fácil de lidar. A exposição vem com críticas, pessoas comentando sobre você, a aparência, às vezes um assédio. A criança não está preparada para receber qualquer tipo dessas coisas. Internet é um ambiente para adultos.”


Repercussão, ameaças e processos

Durante a conversa, Felca destacou que sua investigação durou cerca de um ano, exigindo pausas para preservar sua saúde mental diante de um tema tão pesado. Apesar das dificuldades, ele comemorou o impacto positivo:

– “Por mais que seja muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, a repercussão é muito positiva. Se estão dando luz para essa causa, acho que pode haver mudanças.”


Questionado por Serginho sobre ameaças recebidas, ele foi direto:

– “Algumas ameaças, algumas críticas, alguns movimentos de difamação, de tentar descredibilizar. Como eu recebo isso? Eu sabia o que estava fazendo, que era grande. Tudo era esperado.”

Felca não escondeu o risco de retaliações:

– “Isso é delicado de falar, mas é verdade: alguns pedófilos que se incomodaram pessoalmente por eu tentar quebrar o esquema de pedofilia deles. Vão se sentir atacados pessoalmente e bater de frente. Mas, sinceramente, quem tem que ter medo são eles, não a pessoa que está denunciando.”


Caminhos para proteger as crianças

Ao final, o influenciador destacou a importância das leis já existentes, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas reforçou que a mobilização individual é essencial:

– “Existe o ECA e leis para proteção. O que esses criminosos fazem são crimes. Acho que o melhor movimento é a iniciativa do indivíduo em denunciar.”

– “Ir atrás, reunir provas e pesquisas e denunciar. Se tudo der certo, a gente consegue uma mudança no algoritmo para que esses conteúdos não sejam capazes de chegar no seu feed.”

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