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ELEIÇÕES NA BOLÍVIA: candidato esquerdista aliado de Evo Morales foge sob pedras e vaias

Mesmo sendo apontado como o esquerdista melhor posicionado nas pesquisas — variando entre o terceiro e quarto lugar —, Rodríguez enfrenta resistência dentro da própria base de Evo Morales, que o acusa de traição.

ELEIÇÕES NA BOLÍVIA: candidato esquerdista aliado de  Evo Morales foge sob pedras e vaias
ELEIÇÕES NA BOLÍVIA: candidato esquerdista aliado de Evo Morales foge sob pedras e vaias (Foto: Reprodução)

Neste domingo (17), o candidato esquerdista à presidência da Bolívia, Andrónico Rodríguez, passou por um vexame público ao ser vaiado e apedrejado por uma multidão no reduto sindical e político de Evo Morales, em Entre Ríos, no Trópico de Cochabamba. Para os seguidores do ex-presidente, Rodríguez é visto como um “traidor” por ter se afastado de Morales e concorrer de forma independente nas eleições gerais.


Rodríguez votou na escola José Carrasco, mas já chegou ao local sob tensão, devido a uma explosão registrada minutos antes no entorno da instituição. Quando tentava se dirigir à imprensa, populares começaram a lançar pedras contra ele, obrigando-o a fugir às pressas. O carro que o esperava também foi atingido, enquanto a multidão gritava “traidor”.

A situação em Entre Ríos se mostrou explosiva durante todo o dia. Testemunhas relataram ter ouvido um estrondo forte no pátio traseiro da escola, o que levou a polícia da Força Especial de Luta Contra o Crime (Felcc) a abrir uma investigação. O promotor Juan Carlos Campero declarou que “não houve danos materiais nem pessoais” e garantiu que “a votação está ocorrendo normalmente”.


Mesmo sendo apontado como o esquerdista melhor posicionado nas pesquisas — variando entre o terceiro e quarto lugar —, Rodríguez enfrenta resistência dentro da própria base de Evo Morales, que o acusa de traição. À frente dele estão Samuel Doria Medina, da aliança Unidade, e o ex-presidente Jorge ‘Tuto’ Quiroga, da aliança Livre, ambos da oposição e com chances de levar a disputa para um inédito segundo turno.

Antes considerado o herdeiro político de Morales, Rodríguez perdeu o apoio do ex-mandatário, que chegou a chamá-lo de “traidor”. Fora da corrida eleitoral por restrições constitucionais e sem partido político, Morales agora pede voto nulo e incita sua base contra as urnas.


Em Entre Ríos, o clima é de intimidação: moradores afirmam que, caso o voto nulo não prevaleça, as urnas poderão ser queimadas.


Mais de 7,5 milhões de bolivianos devem comparecer às urnas, além de quase 370 mil cidadãos votando no exterior. A eleição acontece em meio à grave crise econômica que assola o país, com escassez de combustível, falta de dólares e a maior inflação em décadas.

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