“Se comportam como ratos”: filho de Bolsonaro critica governadores de direita por silêncio e ambição
“Estão preocupados apenas com seus projetos pessoais e com o que o mercado manda”,

O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), denunciou neste domingo (17) que governadores de direita se comportam como oportunistas e ratos ao tentarem se apropriar do legado político de seu pai, atualmente inelegível e cumprindo prisão domiciliar.
A publicação foi feita na rede social X (antigo Twitter) e compartilhada por outro filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos — de onde tem incentivado o presidente dos EUA, Donald Trump, a aplicar sanções ao Brasil.
“A verdade é dura: todos vocês se comportam como ratos, sacrificam o povo pelo poder e não são em nada diferentes dos petistas que dizem combater. Limitam-se a gritar ‘fora PT’, mas não entregam liderança, não representam o coração do povo. Querem apenas herdar o espólio de Bolsonaro, se encostando nele de forma vergonhosa e patética”, afirmou Carlos.
A postagem ocorre um dia após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciar sua pré-candidatura à Presidência da República. Segundo aliados, outro alvo da crítica é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem ampliado seus contatos com empresários desde a prisão de Bolsonaro e é cotado para disputar o Planalto.
Também tentam se projetar como sucessores de Bolsonaro os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).
Carlos destacou que, enquanto seu pai enfrenta prisão e problemas de saúde, e muitos de seus apoiadores são perseguidos pela Justiça, esses governadores — que ele chama de “tais ‘direitistas’” — permanecem em silêncio.
“Estão preocupados apenas com seus projetos pessoais e com o que o mercado manda”, disse.
“Isso é desumano, sujo, oportunista e canalha. Não existe outra forma de qualificar tais atitudes. Fingem que vão resolver algo, falam em indulto para os perseguidos da falsa ‘trama golpista’, mas depois se escondem atrás da ‘prudência e sofisticação técnica’, lavam as mãos e seguem seus governos como se nada tivesse acontecido. Alegam ter feito sua parte, mas não passam de cúmplices covardes”, acrescentou.
O vereador ainda afirmou que as atitudes desses governadores revelam “uma falta de caráter indescritível”.
O ex-secretário de Comunicação e advogado Fábio Wajngarten também criticou políticos que se dizem aliados de Bolsonaro, mas não defendem o ex-presidente “contra a perseguição política” do STF. Segundo ele, esses bolsonaristas deveriam ser tratados como opositores e desacreditados.
“Estão matando Jair Bolsonaro aos poucos e alguns que se dizem seus aliados estão inertes, mantendo suas redes de amizades, alianças em busca de ganhos políticos e interesses em ganhos para suas campanhas”, publicou um bolsonarista no X. Wajngarten compartilhou a postagem com o comentário: “Perfeito”.
Durante o lançamento de sua pré-candidatura, Zema não descartou a possibilidade de coligar-se com outros partidos caso Bolsonaro solicite.
“Eu já participei de duas campanhas, em 2018 e em 2022, e sempre falo que, no decorrer da campanha, ajustes feitos pelos partidos políticos sempre são possíveis”, disse ao ser questionado se abriria mão da candidatura caso Bolsonaro pedisse. “Vejo com naturalidade essas mudanças na política. Vai depender muito das conversas entre os partidos.”
O governador mineiro ainda elogiou Tarcísio, considerado por muitos como o favorito a ser o presidenciável apoiado por Bolsonaro, e afirmou que uma eventual candidatura do paulista não seria obstáculo à sua permanência na disputa.
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