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Votação é encerrada na Bolívia; pesquisas apontam Medina e Quiroga como favoritos ao segundo turno na Bolívia

Segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), os primeiros resultados oficiais começam a ser divulgados às 21h (22h em Brasília), e a expectativa é concluir a contagem dentro de 72 horas.

Votação é encerrada na Bolívia; pesquisas apontam Medina e Quiroga como favoritos ao segundo turno na Bolívia
Votação é encerrada na Bolívia; pesquisas apontam Medina e Quiroga como favoritos ao segundo turno na Bolívia (Foto: Reprodução)

As eleições gerais na Bolívia se encerraram neste domingo, 17, às 16h no horário local (17h de Brasília), em meio a um clima de tensão marcado pelo ataque a pedras contra o candidato esquerdista Andrónico Rodríguez. Segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), os primeiros resultados oficiais começam a ser divulgados às 21h (22h em Brasília), e a expectativa é concluir a contagem dentro de 72 horas.


De acordo com a lei eleitoral, a vitória em primeiro turno só acontece se o candidato ultrapassar os 50% dos votos ou alcançar pelo menos 40% com uma vantagem mínima de 10 pontos sobre o segundo colocado. A disputa deve seguir para o segundo turno, onde dois nomes da direita aparecem como favoritos: Samuel Doria Medina, da coalizão Aliança pela Unidade, e Jorge “Tuto” Quiroga, do partido Liberdade e Democracia. A definição final está prevista para 19 de outubro.

Segundo pesquisa Ipsos-Ciesmori, divulgada em 7 de agosto, Medina lidera as intenções de voto com 21,2%, seguido de perto por Quiroga, com 20%.

Crise econômica e legado do socialismo

A votação acontece em meio a uma dura crise econômica. Desde 2014, a Bolívia sofre com a queda na produção de gás e petróleo, agravada por políticas de subsídios que custam ao país cerca de US$ 3 bilhões anuais. O resultado é devastador: reservas internacionais em queda, déficit fiscal crescente e inflação disparada. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o índice chegará a 15,1% neste ano, o pior desde 2008.


Esse colapso econômico abre espaço para que a direita conquiste sua maior chance de vitória desde 2005, quando Evo Morales chegou ao poder e monopolizou a política boliviana até ser barrado pela Justiça eleitoral.


Evo Morales e o voto nulo

O ex-presidente socialista, que governou entre 2006 e 2019 em três mandatos consecutivos, tentou retornar ao poder neste pleito, mas teve sua candidatura vetada pelo Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP), que reafirmou a regra: nenhum político pode buscar uma segunda reeleição, seja de forma contínua ou alternada.

De sua base em Chapare (Cochabamba), Morales convocou os eleitores a anularem seus votos em protesto. Segundo ele, isso mostraria a “falta de legitimidade” do processo. “Esta votação vai demonstrar que é uma eleição sem legitimidade”, disse Morales. “Essa será a primeira vez na história, se não houver fraude, que o voto nulo será o primeiro”, afirmou.


Apesar da mobilização, o Tribunal Supremo Eleitoral deixou claro que votos nulos ou em branco não interferem na validade do processo. Além disso, a influência de Morales diminuiu devido às divisões internas do MAS (Movimento ao Socialismo), que enfraqueceram sua base política.

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