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Moraes ao Washington Post: “Não há a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer”

O ministro atacou novamente opositores e disse que “falsas narrativas” teriam prejudicado a relação entre Brasil e Estados Unidos, responsabilizando diretamente políticos ligados ao ex-presidente Bolsonaro, em especial o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Moraes ao Washington Post: “Não há a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer”
Moraes ao Washington Post: “Não há a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer” (Foto: Reprodução)

Em entrevista ao Washington Post divulgada nesta segunda-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes voltou a se defender após ser incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky, imposta pelo governo dos Estados Unidos, liderado atualmente pelo presidente Donald Trump. Mesmo sob restrições, Moraes afirmou que o julgamento contra Jair Bolsonaro e seus aliados seguirá normalmente.


O ministro atacou novamente opositores e disse que “falsas narrativas” teriam prejudicado a relação entre Brasil e Estados Unidos, responsabilizando diretamente políticos ligados ao ex-presidente Bolsonaro, em especial o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo Moraes, “essas narrativas falsas acabaram envenenando o relacionamento — narrativas falsas sustentadas pela desinformação disseminada por essas pessoas nas redes sociais”.


Apesar de admitir que a sanção internacional impõe limitações, Moraes deixou claro que não pretende ceder. “É agradável passar por isso? Claro que não é agradável”, disse. “Não há a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer”, acrescentou, reforçando que manterá o processo contra Bolsonaro e seus aliados.

O presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin, acatou o pedido de Moraes e agendou o julgamento do chamado “núcleo 1” da ação penal — que envolve Bolsonaro, Braga Netto e Mauro Cid — para setembro de 2025. Foram marcadas sessões extraordinárias nos dias 2, 3, 9, 10 e 12, além de sessões ordinárias nos dias 2 e 9.

Os réus são acusados de suposta tentativa de golpe para impedir a posse de Lula em 2023 e manter Bolsonaro no poder. O julgamento será presencial, mas outros três núcleos da investigação ainda não têm data definida.

Moraes também respondeu às críticas do ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello, que declarou estar “triste com a deterioração da instituição” e alertou que “a história é implacável”. Em reação, Moraes afirmou que o STF funcionou como “vacina” contra a “doença da autocracia”, defendendo as ações da Corte.


Mesmo alvo de sanções internacionais e críticas de juristas, o ministro insiste em levar adiante o processo contra o ex-presidente. “Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido será absolvido.”

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