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Banco do Brasil despenca com cartão de ministro bloqueado

Na última terça-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes teve seu cartão Mastercard bloqueado pelo Banco do Brasil, segundo revelou o Valor Econômico.

Banco do Brasil despenca com cartão de ministro bloqueado
Banco do Brasil despenca com cartão de ministro bloqueado (Foto: Reprodução)

O Banco do Brasil atravessa a fase mais crítica dos últimos anos, com suas ações despencando e até mesmo um cartão de crédito ministerial sendo bloqueado em meio às tensões entre Brasil e Estados Unidos por causa da Lei Magnitsky. A instituição estatal se tornou o epicentro de um confronto jurídico que já provocou perdas bilionárias ao mercado financeiro nacional.


Na última terça-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes teve seu cartão Mastercard bloqueado pelo Banco do Brasil, segundo revelou o Valor Econômico. A decisão foi consequência direta das sanções impostas pelos EUA no final de julho, atingindo o magistrado do STF. Como alternativa, o banco estatal ofereceu a Moraes um cartão da bandeira Elo, que não possui vínculo com o sistema financeiro americano.


Ações em Queda Livre e Impacto Bilionário


A Bolsa de Valores registrou uma das maiores perdas do setor bancário em anos. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) despencaram 6,03% em apenas um dia, liderando as quedas. No total, os cinco maiores bancos do país – Itaú, BTG Pactual, Bradesco, Banco do Brasil e Santander – perderam R$ 41,98 bilhões em valor de mercado.


A reação foi provocada após o ministro Flávio Dino decidir, na segunda-feira (18), que leis e decisões judiciais estrangeiras não têm aplicação automática no Brasil. Embora não tenha citado diretamente a Lei Magnitsky, o mercado interpretou a medida como uma manobra de proteção a Moraes frente às sanções impostas pelos Estados Unidos sob a liderança do presidente Donald Trump.


Banco do Brasil Mais Exposto que Bancos Privados

Especialistas apontam que o Banco do Brasil está mais vulnerável às pressões americanas que seus concorrentes privados.

“O funcionalismo público tem presença maior no Banco do Brasil. Por ter um controlador estatal, ele está mais suscetível a se inclinar à legislação brasileira”, avaliou Nícolas Merola, analista da EQI Research.

A presidente do BB, Tarciana Medeiros, tentou minimizar os danos à imagem da instituição. Durante um seminário no Ministério da Fazenda, afirmou que o banco “obedece a legislação brasileira, mas também segue a legislação dos mais de 20 países” onde atua. E rebateu as críticas: “É muita falta de responsabilidade quando um brasileiro coloca em xeque a solidez e a integridade de uma empresa como o Banco do Brasil”, disse.


Pressão Política e Risco de Isolamento Global


O partido Novo já protocolou um requerimento cobrando explicações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o cumprimento da Lei Magnitsky pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. O deputado Marcel van Hattem alertou: bancos que se recusarem a seguir as sanções dos EUA “correm o risco de perder acesso ao sistema financeiro global”.

As dificuldades não param por aí. Na quinta-feira (21), as ações do Banco do Brasil voltaram a cair, recuando 0,86%, chegando à mínima de R$ 19,46. Além disso, os resultados operacionais do banco são fracos, com lucro líquido desabando 60% no segundo trimestre de 2025.

Especialistas afirmam que as instituições financeiras nacionais agora vivem uma verdadeira “encruzilhada”: ou cumprem as ordens do STF e desafiam os EUA, ou respeitam as sanções impostas pelo governo de Donald Trump e enfrentam desgaste político no Brasil.

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