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INSS tira do ar relatório que apontou aposentados enganados e descontos para entidade ligada ao PT

Segundo os auditores, o INSS desbloqueou 30.211 benefícios de aposentados e pensionistas para permitir descontos em folha a pedido da Contag, sem comprovação de autorização das vítimas. “Os resultados evidenciaram que o desbloqueio em lote ocorreu sem qualquer formalização que justificasse os pressupostos de direito e de fato que levaram o INSS a autorizar, em desacordo com a norma vigente...”, aponta o documento.

INSS tira do ar relatório que apontou aposentados enganados e descontos para entidade ligada ao PT
INSS tira do ar relatório que apontou aposentados enganados e descontos para entidade ligada ao PT (Foto: Reprodução)

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) retirou do ar um relatório de auditoria que denunciava descontos ilegais feitos em massa, beneficiando a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares), entidade historicamente ligada ao PT. O episódio teve início ainda em setembro de 2022, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), mas as irregularidades cresceram e se multiplicaram sob o governo Lula.


Segundo os auditores, o INSS desbloqueou 30.211 benefícios de aposentados e pensionistas para permitir descontos em folha a pedido da Contag, sem comprovação de autorização das vítimas. “Os resultados evidenciaram que o desbloqueio em lote ocorreu sem qualquer formalização que justificasse os pressupostos de direito e de fato que levaram o INSS a autorizar, em desacordo com a norma vigente...”, aponta o documento.

A investigação revelou relatos de aposentados enganados por sindicatos. “Fui enganado, o presidente do sindicato em nenhum momento me informou sobre esses descontos, simplesmente pediu para eu assinar alguns documentos...”, disse um segurado. Outra aposentada reforçou: “Fui enganada, me aposentei pelo sindicato e eles não me falaram que iam fazer isso”.


O relatório foi publicado no site do INSS, mas logo apagado sob a justificativa de que se tratava de “uma falha de procedimento”. O órgão alegou que o material não teria “valor como documento institucional”. A Contag não se manifestou.

O caso está no centro da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), que já provocou a queda do ministro da Previdência, Carlos Lupi, e do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Estima-se que a fraude ultrapasse R$ 3 bilhões, com milhares de aposentados e pensionistas sendo descontados à revelia para financiar sindicatos e associações.


As apurações indicam que entre 2019 e 2025 a Contag recebeu R$ 2,6 bilhões via INSS – sendo R$ 1,6 bilhão durante o governo Bolsonaro e R$ 1 bilhão no governo Lula, valores que só foram suspensos após a ofensiva da PF.

Apesar de todo o escândalo, o governo Lula acionou judicialmente apenas entidades de fachada, deixando de fora sindicatos aliados ao PT, como a própria Contag, a CUT e o MST, todos conhecidos pelo alinhamento histórico à esquerda.

A auditoria também descobriu que empresas suspeitas receberam repasses milionários vindos desses descontos, incluindo um bufê em Brasília que sequer funciona no endereço informado – apenas uma placa improvisada com telefone está fixada na porta.


Enquanto aposentados seguem denunciando que foram lesados, a Polícia Federal e o Ministério Público investigam o possível enriquecimento ilícito dos envolvidos.

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