Padilha diz que EUA não podem impedir sua presença no país
Padilha, que não teve seu visto cancelado por estar vencido desde o ano passado, disse não temer represálias e classificou as atitudes como “covardes”.

Família do ministro foi alvo de sanções do governo Trump
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou nesta sexta-feira (22) que o Itamaraty pediu ao governo dos Estados Unidos acesso para que ele possa participar de dois eventos no país: a assembleia-geral da ONU e a conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A solicitação ocorre após o governo de Donald Trump cancelar os vistos da mulher e da filha do ministro.
Durante uma visita a Campinas (SP), Padilha defendeu que um país-sede não pode impedir a participação de uma “autoridade convidada”.
“Qualquer país que sedia um organismo internacional como esse não pode impedir o acesso de nenhuma autoridade que é convidada”, afirmou. Ele ressaltou que o Itamaraty já solicitou formalmente, com base no acordo de sede, o acesso dele aos eventos. Os cancelamentos dos vistos da família de Padilha seguiram a revogação de documentos de outros funcionários do governo brasileiro ligados ao programa Mais Médicos, incluindo o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Julio Tabosa Sales, e o ex-assessor Alberto Kleiman.
A embaixada americana em Brasília publicou um texto que descreveu o Mais Médicos como “um golpe diplomático que explorou médicos cubanos, enriqueceu o regime cubano corrupto e foi acobertado por autoridades brasileiras e ex-funcionários da Opas”.
Padilha, que não teve seu visto cancelado por estar vencido desde o ano passado, disse não temer represálias e classificou as atitudes como “covardes”.
A 80ª Assembleia Geral da ONU começa em 9 de setembro, enquanto a conferência da Opas está prevista para 29 de setembro. Apesar da formalização do pedido, o ministro afirmou que sua presença só será definida mais perto das datas, dependendo da agenda interna e das votações no Congresso Nacional.
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