Magnitsky: até cartão 100% brasileiro vira problema para Moraes
Além de cartões de crédito emitidos por bandeiras norte-americanas como Visa e Mastercard, até mesmo a Elo — considerada 100% brasileira — pode barrar Moraes. O motivo é simples: o regulamento da própria bandeira proíbe negócios com pessoas punidas pelo governo dos EUA. A informação foi revelada pelo jornalista Fernando Nakagawa, da CNN.

As sanções aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes começam a gerar impactos concretos no Brasil. Além de cartões de crédito emitidos por bandeiras norte-americanas como Visa e Mastercard, até mesmo a Elo — considerada 100% brasileira — pode barrar Moraes. O motivo é simples: o regulamento da própria bandeira proíbe negócios com pessoas punidas pelo governo dos EUA. A informação foi revelada pelo jornalista Fernando Nakagawa, da CNN.
No documento da Elo, há menção expressa ao Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), justamente o órgão que anunciou em 30 de julho de 2025 a punição contra Moraes com base na chamada Lei Magnitsky.
O regulamento da bandeira Elo estabelece: “é vedado aos participantes estabelecer ou manter relação com qualquer cliente que seja ou venha a ser objeto de sanções econômicas ou financeiros ou embargos comerciais impostos, administrados ou executados de tempos em tempos pelo governo dos Estados Unidos da América (incluindo sanções ou embargos administrados pelo Ofac ou pelo Departamento de Estado dos EUA), ou pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, União Europeia ou Tesouro do Reino Unido”.
Na última quinta-feira (21), veio à tona que Alexandre de Moraes teve um cartão de crédito bloqueado pelo Banco do Brasil. A notícia foi divulgada pelo jornal Valor Econômico, que informou que o cartão em questão seria de bandeira norte-americana, sem especificar qual. Ainda segundo a reportagem, foi oferecida ao ministro a possibilidade de substituir o cartão bloqueado por outro da bandeira Elo. Questionado, o Banco do Brasil preferiu não comentar.
As medidas impostas por Trump contrastam com a fala recente do ministro do STF Flávio Dino. Ele havia afirmado que punições vindas de outro país não teriam validade no Brasil sem chancela do próprio Supremo. A advertência, porém, não impediu que os bancos brasileiros começassem a aplicar as sanções.
A Polícia Federal, por sua vez, abriu investigação para apurar se a decisão dos Estados Unidos teria ligação com articulações do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo, que vive atualmente em território norte-americano. A suspeita levantada é de que a ação buscaria frear o processo contra Moraes envolvendo a acusação de “tentativa de golpe de Estado”.
Comentários (0)