Moraes pede que PGR se posicione sobre explicações de Bolsonaro

O relatório da PF, amplamente questionado por aliados do ex-chefe do Executivo, indiciou tanto Bolsonaro quanto o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sob acusações de “coação no curso do processo” e de “tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito”.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (25) dar um prazo de 48 horas para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre as explicações apresentadas pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi tomada após novas investidas da Polícia Federal (PF), que tenta sustentar a narrativa de que Bolsonaro teria descumprido medidas cautelares.

O relatório da PF, amplamente questionado por aliados do ex-chefe do Executivo, indiciou tanto Bolsonaro quanto o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sob acusações de “coação no curso do processo” e de “tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito”. O documento ainda aponta que o ex-presidente teria desrespeitado restrições impostas pelo próprio Moraes, como a proibição de uso de redes sociais, e até levanta suspeitas de que Bolsonaro teria cogitado fugir para a Argentina.

Na última sexta-feira (22), os advogados do líder conservador rebateram duramente a narrativa da PF, classificando a investigação como “política”. Eles afirmaram que Bolsonaro vem cumprindo integralmente todas as medidas cautelares e rechaçaram a tese de fuga. Em relação ao suposto rascunho de pedido de asilo na Argentina, anexado pela PF, a defesa esclareceu que se trata de um “mero rascunho antigo enviado por terceiro”, usado apenas para alimentar o que chamaram de “criação de uma narrativa feita para as manchetes”.